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Ex-ministro de Evo denuncia proteção “política, judicial e policial” para o narcotráfico na Bolívia

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O ex-ministro do Interior da Bolívia no governo de Evo Morales (2006-2019), Carlos Romero, denunciou nesta quarta-feira (7) que o governo do atual presidente boliviano, Luis Arce, está protegendo o narcotráfico no país. Romero ainda afirmou que atualmente na Bolívia, autoridades vivem sob a “lei de Pablo Escobar, prata [suborno] ou chumbo [morte]”.

Apesar do processo movido contra ele pelo atual ministro de Governo, Eduardo del Castillo, por “calúnia e difamação”, Romero disse que continuará com as denúncias de que governo boliviano protege o narcotráfico.

“Esse processo criminal
movido contra mim servirá para esclarecer se há ou não proteção política,
judicial e policial para o tráfico de drogas na Bolívia”, disse Romero em
entrevista coletiva na cidade de Santa Cruz.

O ex-ministro ressaltou que a
proteção está em vigor desde 2020 e que as mortes recentes no país, como a do
controlador do banco Fassil e o assassinato de Francisco Alejandro Suescun,
conhecido como Carachas, supostamente ligado ao tráfico de drogas, chamaram sua
atenção.

Romero afirmou que, em 16 de
fevereiro, foi “alertado” que policiais e civis se reuniram em um
condomínio para discutir o caso do carregamento de 478 quilos de cocaína em um
voo da companhia Boliviana de Aviación (BoA) para a Espanha, e que a situação
era de seu “pleno conhecimento”.

“Na Bolívia, infelizmente, chegamos a um momento em que a lei de Pablo Escobar está sendo aplicada, prata ou chumbo, porque acontece que aqui promotores e juízes são os primeiros a encobrir [os casos] em coordenação junto com alguns políticos”, enfatizou.

Ele também pediu ao Escritório
das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) que “retire o sigilo”
dos relatórios sobre a Bolívia.

Na semana passada, a Agência
Tributária da Espanha informou que, em fevereiro, agentes alfandegários
inspecionaram um avião que saiu do aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz, e
chegou ao terminal Adolfo Suárez-Madrid Barajas. Eles encontraram 478 quilos de
cocaína no compartimento de bagagens, embalados em 12 pacotes.

O governo boliviano, que ainda promove uma investigação sobre o caso, culpou uma “máfia internacional que subornou os funcionários envolvidos no caso”. Ao menos cinco pessoas foram presas, incluindo o chefe de Análise e Inteligência da Força Especial de Combate ao Narcotráfico (Felcn) e dois funcionários da companhia aérea BoA.

FONTE: Gazeta do Povo