A Argentina conseguiu aumentar a utilização de yuanes para pagar as importações da China, sobretudo nos últimos dias, após o país sul-americano ter renovado e ampliado o swap cambial (contrato bilateral que permite cobrir a exposição ao risco) com o regime de Pequim.
A utilização da moeda chinesa no comércio bilateral foi de 1,075 bilhão de yuanes (US$ 150,5 milhões) em maio deste ano, enquanto só nos primeiros dez dias úteis de junho foram registradas operações no valor de 2,045 bilhões de yuanes (US$ 286,3 milhões), informou na quinta-feira (15) o Banco Central argentino.
Este aumento ocorreu depois da assinatura, no início de junho, de um acordo com a China para renovar e ampliar o swap com o país asiático em um total de 130 bilhões de yuanes (cerca de US$ 18,2 bilhões) por um período de três anos. O acordo foi assinado pelo Banco Central argentino e pelo Banco Popular da China.
O fato de as importações da China serem pagas em yuanes, e não em dólares, permite que a Argentina atenue a perda de reservas do seu banco central.
A China é o segundo maior fornecedor dos produtos que a Argentina compra, tendo as importações no primeiro trimestre deste ano totalizado US$ 3,158 bilhões, segundo dados oficiais.
Em virtude do “swap” com a China, o banco central confirmou nesta quinta-feira que também pode “efetuar operações em yuan para fins de estabilidade financeira” no mercado de câmbio argentino, frequentemente abalado pela forte demanda de dólares.
A autoridade monetária argentina ainda comunicou que tem as suas próprias reservas em yuan, além dos 35 bilhões de yuanes (US$ 4,9 bilhões) de livre disponibilidade aos quais pode recorrer em virtude do swap cambial.
O acordo assinado no início deste mês permite que a Argentina ative mais 35 bilhões de yuanes do swap, que serão liberados para o banco central argentino à medida que os primeiros 35 bilhões já disponíveis forem utilizados e “as necessidades financeiras e de reforço das reservas assim o exigirem”, explicou a autoridade monetária em comunicado.
O Banco Central argentino enfrenta sérias dificuldades para tentar conter a perda de reservas monetárias e, de fato, desde junho do ano passado mantém restrições no acesso a divisas para o pagamento de importações, o que complica a atividade das empresas que necessitam importar bens intermediários para a produção.
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