O deputado estadual Walber Virgolino (PL) foi obrigado a publicar em sua conta pessoal no Instagram uma retratação a declarações feitas por ele, no mesmo espaço, contra o prefeito João Pessoa Cícero Lucena (PP). A decisão foi tomada pela 6ª Vara Criminal da Capital.
As postagens foram feitas nos dias 28 de 30 de dezembro de 2021 e no dia 5 de janeiro de 2022, e foram retiradas do ar, por determinação da Justiça, e fazem ilações contra a conduta do gestor da capital.
De olho nas eleições 2024, na primeira delas, o bolsonarista acusou o atual prefeito da capital de não transferir recursos devidos pelo município ao Hospital Napoleão Laureano, que é referência no tratamento oncológico na Paraíba.
“Na condição de deputado estadual, fiscal do povo, veiculei tal informação (um vídeo publicado por um paciente que afirmava que seu tratamento seria interrompido por falta do repasse municipal), mas não tive a intenção de agredir a honra do prefeito Cícero, pois o intuito era tentar compelir o município e seu gestor a não falhar com o Hospital Laureano, notadamente diante da acusação feita pelo paciente que deu ensejo á minha acusação”, justificou Virgolino, na retratação.
Segunda postagem
Na segunda postagem, do dia 30/12/21, ele colocou uma imagem de Cícero segurando sacos de dinheiro com os dizeres “Cícero Lucena, tire as mãos do nosso Fundeb!!”, extraída de uma manifestação de professores e servidores da educação que cobravam o rateio do recurso federal.
“Também escrevi ao lado da imagem citada, o seguinte: infelizmente, a máxima de RC (ex-governador Ricardo Coutinho) virou moda na PB, qual seja, não respeitar nada e nem ninguém, sobretudo a LEI. Esta afirmação, em tom de indignação também não tinha intuito de macular a imagem e honra do prefeito Cícero, mas foi feita no afã de desabafar em solidariedade aos professores e servidores que estavam reivindicando direitos negados”, seguiu justificando, na retratação.
Terceira postagem
Na última postagem, Walber acusa a Secretaria de Educação e Cultura, que integra o Sistema Municipal de Ensino de João Pessoa, de realizar uma licitação direcionada. A denúncia, alega, tinha como objetivo “alertar o prefeito, não acusá-lo de fraude licitatória, já que a acusação foi direcionada à secretaria de educação”.
O foco da denúncia, segundo o deputado, era um termo de referência publicado pela prefeitura para a contratação de kits para o projeto `Palavra Cantada na Escola’, junto à empresa cujo sócio era Otto Hinrichsen Junior, denunciado pelo Gaeco no MPPB, no âmbito da operação calvário. “Portanto, pessoa que não merecia qualquer confiança”.
Retratação
Apesar de todas as justificativas para as publicações, Wallber Virgolino encerra a retratação pedindo desculpas: “Diante de tudo isso, por não ter qualquer diferença pessoal com prefeito Cícero Lucena, peço-lhe sinceras desculpas pelo fato de as publicações não terem sido claras no sentido de que as críticas e/ou denuncias não foram realizadas com o objetivo de atentar contra a honra dele”, afirma.
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