Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (27) que vão
impor nesta semana novas sanções contra o grupo mercenário russo Wagner por
causa de suas atividades violentas na África, ao mesmo tempo em que alertaram
que membros da milícia seguem na Ucrânia.
Em sua entrevista coletiva diária, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, esclareceu que as novas sanções não estão relacionadas ao motim frustrado do chefe do grupo, Yevgeny Prigozhin, contra a cúpula militar russa no último fim de semana, mas a “atividades anteriores” da organização em países africanos.
“Continuaremos a tomar medidas para responsabilizar o grupo
Wagner. Vocês verão isso em um futuro muito próximo”, disse o porta-voz da
diplomacia dos EUA, confirmando que o anúncio oficial será feito ainda esta
semana.
Miller explicou que os EUA “estão monitorando de perto as
atividades do Wagner na Ucrânia, na África e em qualquer outro lugar do mundo
onde o grupo atue”.
O grupo Wagner foi contratado pelo Kremlin para a guerra na
Ucrânia, embora suas operações também se estendam a outros países, como Síria,
Líbia, Mali e República Centro-Africana.
Milícia ainda está presente na Ucrânia
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou também nesta
terça-feira que está ciente da presença de homens do Wagner dentro da Ucrânia,
mesmo após a tentativa de motim em território russo no último fim de semana.
O porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, disse em
entrevista coletiva que não quer se envolver em “especulações” sobre se esses
milicianos se deslocarão ou não para outras posições.
Ele também se recusou a vincular os US$ 500 milhões em ajuda
militar dos EUA para a Ucrânia anunciados nesta terça-feira com a tentativa de
revolta de Prigozhin contra a liderança política e militar da Rússia.
“Não há vínculo, conexão ou mudança no valor [da ajuda à
Ucrânia] com base no que aconteceu na Rússia”, explicou.
Ryder reiterou que os EUA mantiveram as linhas de
comunicação abertas com a Rússia durante a tentativa de revolta de sábado (24) de
Prigozhin, embora tenha dito que o secretário de Defesa, Lloyd Austin, não teve
contato com o secretário de Defesa russo, Sergei Choigu.
Depois que o motim foi encerrado por meio de um acordo, o presidente russo, Vladimir Putin, deu três opções aos mercenários do grupo Wagner: voltar para casa, se exilar em Belarus ou assinar um contrato com o Ministério da Defesa ou outras agências de segurança do país.
Prigozhin está atualmente em Belarus, segundo confirmou nesta terça-feira o presidente do país, Alexander Lukashenko, que mediou a crise.
O presidente dos EUA, Joe Biden, negou na segunda-feira (26) qualquer envolvimento do Ocidente e da OTAN na tentativa de motim, ressaltando que seu país continuará apoiando a Ucrânia na defesa contra a invasão russa.
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