Os israelenses continuam mobilizados contra a reforma judicial proposta pelo governo de Israel. Hoje (1º) foi o 26º sábado consecutivo de manifestações, reunindo mais de 286 mil israelenses em todo o país, 150 mil deles em Tel Aviv, epicentro das manifestações desde janeiro.
Nesta semana, os organizadores do movimento pró-democracia contrário à reforma prometeram intensificar os protestos, depois de terem perdido algum ímpeto, coincidindo com a tentativa do governo de avançar na aprovação dos projetos de reforma, apesar de não ter chegado a nenhum acordo com a oposição. “Quando um governo promulga leis que infringem os direitos dos cidadãos, é crucial que respondamos rapidamente com desobediência civil não violenta”, disse a Força Kaplan, um dos grupos organizadores que leva o nome da avenida de Tel Aviv onde os protestos estão ocorrendo. Também houve manifestações em Haifa, Jerusalém, Ashdod, Beersheba, Karkur, Beit Shemesh, Netanya e Karmiel.
“Sem causa razoável, Israel é um país de nomeações corruptas, onde cada ministro é um imperador, onde a improbabilidade é celebrada. O governo revelou sua verdadeira face e temos quatro semanas para detê-lo. Não se torne uma ditadura! Resista!”, gritou um grupo de estudantes em referência à lei que o governo quer promover.
Na segunda-feira (3), o governo pretende levar à primeira
votação no Parlamento uma lei para eliminar a doutrina da razoabilidade, que
permite ao Supremo Tribunal revisar e revogar qualquer decisão do governo com
base em sua razoabilidade ou não. Coincidindo com esta votação, o movimento
contrário à reforma convocou novas manifestações na tarde de segunda-feira nos
arredores do aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, com a ideia de bloquear o
acesso a ele. “Todos esses passos são os que só se veem em regimes
ditatoriais”, afirmaram.
A coalizão governista – que detém uma confortável maioria parlamentar – concordou na semana passada em avançar unilateralmente os trâmites legislativos da reforma, depois que a oposição suspendeu as negociações para chegar a um plano consensual por falta de acordos, mediadas pelo presidente Isaac Herzog. Perante esta situação, mais de uma centena de reservistas das Forças Aéreas do Exército avisaram esta semana, por carta, que não irão prestar serviço obrigatório caso o governo continue com os trâmites legislativos.
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