A ditadura da Venezuela refutou neste sábado (1º) as críticas feitas pelos Estados Unidos depois que o regime de Nicolás Maduro tornou inelegível por 15 anos a ex-deputada María Corina Machado, uma das favoritas nas primárias da oposição para as eleições presidenciais de 2024 no país sul-americano.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela sugeriu
aos americanos que façam “correções” nos seus processos eleitorais.
“A robusta democracia participativa e protagonista da
Venezuela não requer nem aceita a tutela de outras nações, muito menos de
sistemas democráticos indiretos e com severas restrições à participação,
impostas por interesses econômicos e um profundo racismo institucionalizado,
que a cada ano registra a privação do exercício dos direitos democráticos de
grandes segmentos da população afrodescendente”, apontou o comunicado
venezuelano.
“Seria melhor para os Estados Unidos aplicar correções
oportunas e justas ao seu sistema eleitoral antes de tentar fazer julgamentos
de valor sobre as ações legítimas das instituições democráticas de outros
países”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.
Na sexta-feira (30), o Departamento de Estado americano havia
publicado nota na qual apontou que a inelegibilidade de María Corina Machado “priva
o povo venezuelano de direitos políticos básicos”.
“Os venezuelanos merecem o direito de selecionar um candidato para participar das eleições presidenciais de 2024 sem interferência”, apontou o comunicado, no qual o governo dos Estados Unidos também manifestou preocupação com as mudanças no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.
“Um CNE forte e independente é indispensável para eleições
livres, justas e competitivas. Garantir que todas as vozes venezuelanas sejam
representadas no CNE aumenta sua credibilidade e reforça a confiança do eleitor”,
destacou o Departamento de Estado.
Na sexta-feira, o deputado venezuelano José Brito divulgou
um documento da Controladoria-Geral da Venezuela, que confirmou que María
Corina Machado está impedida de concorrer a cargos eletivos por 15 anos.
O órgão da ditadura chavista alegou que a inelegibilidade de Machado foi determinada após investigação patrimonial que apontou atos contra a “ética pública, a moralidade administrativa, o Estado de Direito, a paz e a soberania” da Venezuela.
No Twitter, a ex-deputada negou as acusações e disse que pretende seguir concorrendo nas primárias da oposição venezuelana, que serão realizadas em outubro.
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