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Rússia destruiu 60 mil toneladas de grãos em ataque a porto na Ucrânia

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A Rússia destruiu na noite desta terça-feira (18) durante seu
ataque com mísseis e drones contra o porto ucraniano de Chornomorsk, cerca de 60
mil toneladas de cereais que deveriam ser exportados por um navio como parte do
acordo de grãos que Moscou abandonou na segunda-feira (17). A informação foi
revelada nesta quarta-feira (19) pelo Ministério da Agricultura da Ucrânia.

“O ataque
noturno destruiu parte significativa da infraestrutura para a exportação de
grãos do porto de Chornomorsk”, afirma uma nota publicada pelo ministério
ucraniano.

O texto
oficial explica que “60.000 toneladas de grãos que deveriam ser embarcadas
em um navio de grande tonelagem e enviadas pelo corredor de grãos há 60 dias
também foram destruídas”.

Antes de
anunciar que estava se retirando do acordo de grãos na segunda, a Rússia travou
repetidas vezes sua operação, impedindo as inspeções necessárias para que os
navios que transportariam os grãos entrassem no Mar Negro, informou o governo
de Kiev.

A Rússia
também atacou o porto de Odessa
por duas noites seguidas. Durante a última madrugada, as forças russas
lançaram mais de 60 drones e mísseis contra o território ucraniano.

Os portos de
Odessa e Chornomorsk, de onde os grãos eram exportados por meio desse acordo,
foram dois dos principais alvos do ataque.

Russos irão considerar navios cargueiros como potenciais alvos militares

Ainda nesta quarta-feira, a Rússia afirmou que considerará todos os navios que se dirigem aos portos ucranianos através do Mar Negro como “possíveis transportadores de carga militar” e, portanto, potenciais alvos de guerra.

“Em
conexão com o término da Iniciativa do Mar Negro e o fechamento do corredor
humanitário marítimo, a partir das 21h (horário local, 18h no horário de
Brasília) todos os navios em rota para portos ucranianos nas águas do Mar Negro
serão considerados potenciais transportadores de carga militar”, alertou o
Ministério da Defesa russo em um comunicado.

“Consequentemente,
os países a cujas bandeiras pertencem a esses navios serão considerados
envolvidos no conflito na Ucrânia ao lado do regime de Kiev”, acrescentou
a nota.

A pasta de
Defesa russa enfatizou que, além disso, várias áreas marítimas nas partes
noroeste e sudeste das águas internacionais do Mar Negro foram temporariamente
declaradas como “perigosas para a navegação”.

A Rússia já
emitiu os avisos pertinentes sobre a retirada das garantias de segurança
marítima de acordo com o procedimento de navegação estabelecido.

Moscou
suspendeu na segunda-feira sua participação no acordo de grãos que permitiu à
Ucrânia exportar quase 33 milhões de toneladas de cereais a partir de três
portos do país em quase um ano de pacto.

Kiev está agora
buscando alternativas com a ONU e a Turquia para continuar fornecendo seus
grãos aos países necessitados, mas a Rússia está ameaçando agir se isso
acontecer a partir dos portos ucranianos.

O acordo –
pelo qual a Rússia se comprometeu a não prejudicar a segurança alimentar dos
países mais necessitados e a não atacar os navios que transportavam cereais
pelo Mar Negro ou as respectivas infraestruturas ucranianas – foi rescindido
com a suspensão do pacto por parte do Kremlin.

Nos últimos
dois dias, a Rússia bombardeou o porto de Odessa e nesta quarta também o de
Chornomorsk, ambas infraestruturas de onde partiam os carregamentos de cereais
ucranianos para a Turquia.

A Rússia avisou nesta quarta-feira que a Organização das Nações
Unidas (ONU) tem três meses para retomar o acordo sobre a exportação de cereais
pelo Mar Negro se forem obtidos “resultados concretos” quanto ao
cumprimento da “parte russa” do pacto.

“A ONU ainda tem três meses para chegar à concretização [do acordo] e obter resultados concretos”, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, à emissora de rádio Rádio Sputnik.

Zakharova
acrescentou que, neste caso, Moscou voltará a discutir a retomada das
exportações de grãos ucranianos pelo Mar Negro.

A suspenção do acordo pela parte russa ocorreu porque Moscou afirmou que suas condições não “estavam sendo cumpridas”. Entre elas estão a suspensão das barreiras às exportações russas de fertilizantes e alimentos.

O Kremlin garantiu que assim que suas solicitações forem cumpridas “voltará imediatamente a implementar o acordo”.

Entre as solicitações de Moscou ainda estão a religação do banco agrícola russo, Rosseljozbank, ao sistema financeiro internacional SWIFT, da suspensão de sanções sobre peças de substituição de máquinas agrícolas, do desbloqueio de seguros logísticos e de transportes, do descongelamento de ativos e da retomada da operação do gasoduto Togliatti-Odesa, que explodiu no último dia 5 de junho. 

FONTE: Gazeta do Povo