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Canadá prende ex-agente acusado de realizar espionagem para a China

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O premiê canadense, Justin Trudeau, e o ditador chinês, Xi Jinping, em encontro em Pequim em 2016| Foto: EFE/Wu Hong

A polícia do Canadá acusou nesta sexta-feira (21) um
ex-agente da Polícia Montada (polícia federal do país) de espionar para a China
e ajudar as autoridades de Pequim a “identificar e intimidar” uma pessoa não
identificada.

O ex-agente foi identificado como William Majcher, de 60
anos, natural de Hong Kong.

“De acordo com a investigação, Majcher supostamente utilizou
seu conhecimento e extensa rede de contatos no Canadá para obter inteligência
ou serviços para beneficiar a República Popular da China”, disse a Real Polícia
Montada do Canadá em um comunicado.

A investigação começou no final de 2021 e a polícia explicou
que considera que Majcher “contribuiu para os esforços do governo chinês para
identificar e intimidar um indivíduo fora do alcance da lei canadense”.

Majcher, que foi preso pela polícia canadense, compareceu
nesta sexta a um juiz em Montreal. É a primeira vez que um indivíduo é acusado
no Canadá de interferência estrangeira nos assuntos internos do país.

A prisão de Majcher ocorre depois que a imprensa canadense informou por meses que os serviços de inteligência canadenses (CSIS) detectaram campanhas de interferência das autoridades chinesas nas eleições gerais do país, supostamente para beneficiar o partido do atual premiê, Justin Trudeau, e prejudicar os conservadores.

Um dos relatórios publicados indicava que o CSIS sabia desde
2021 que as autoridades chinesas estavam interessadas em obter informações
sobre os parentes do deputado canadense Michael Chong para impor a eles “potenciais
sanções”.

Os mesmos relatos identificaram um diplomata chinês em
Ottawa, Zhao Wei, na tentativa de localizar familiares do deputado, que morariam
em Hong Kong.

Em maio, a ministra das Relações Exteriores canadense, Mélanie Joly, anunciou a expulsão do diplomata chinês e declarou que Ottawa não tolerará qualquer forma de interferência estrangeira nos assuntos internos do país.

FONTE: Gazeta do Povo