A Espanha realiza neste domingo (23) eleições gerais, que aconteceriam apenas no fim do ano, mas foram antecipadas pelo presidente do governo e candidato à reeleição, Pedro Sánchez, depois que sua legenda, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), foi derrotada em maio nas eleições locais e regionais pelo conservador Partido Popular (PP).
Este, liderado por Alberto Núñez Feijóo, lidera as pesquisas
e tem grande chance de voltar à chefia do governo espanhol, a qual não ocupa
desde o fim do governo de Mariano Rajoy, em 2018.
Sanchéz, presidente desde então, se apoiou em partidos separatistas, republicanos e de esquerda radical para governar, o que, segundo analistas, afastou eleitores moderados.
Também pesa contra ele o momento econômico da Espanha. O
país apresentou uma taxa de desemprego de 13,26% no primeiro trimestre deste
ano, uma das maiores da União Europeia.
No ano passado, a economia espanhola teve um crescimento expressivo
de 5,5%, mas desacelerou no segundo semestre e um relatório da Comissão
Europeia estimou que o PIB do país deve crescer apenas 1,9% em 2023.
“Temos que deixar claro que nosso país quer uma mudança,
porque vive há cinco anos divisões, fraturas, tensão social, o interesse de que
as maiorias se calem para que as minorias mandem”, afirmou Feijóo num comício
em Palma de Mallorca.
Durante a campanha, Sanchéz buscou colar no PP o rótulo de radical,
principalmente pela eventual necessidade da legenda conservadora de se aliar ao
partido nacionalista Vox (terceiro colocado nas eleições locais e regionais)
para formar um governo caso não conquiste maioria nas urnas neste domingo.
“Depois de 28 de maio [quando foram realizadas as eleições
locais e regionais], ficou muito claro que as duas únicas fórmulas de governo
que existem após 23 de julho são um governo de coalizão progressista ou um
governo de coalizão de extrema direita com uma direita dura, como a do Partido
Popular. E é por isso que acredito que no dia 23 de julho vencerá o governo de
coalizão do progresso e perderá essa coalizão de mentira na qual o Partido
Popular e o Vox se instalaram”, disse o atual presidente do governo da Espanha,
em entrevista ao jornal Público.
O PSOE e a segunda vice-presidente do governo, ministra do
Trabalho e líder da coalizão de esquerda Sumar, Yolanda Díaz, também tentaram
desgastar Feijóo ao relembrar uma foto do candidato, dos anos 90, na qual
aparece junto com Marcial Dorado, conhecido narcotraficante da Galícia.
O líder do PP reconheceu que já foi amigo de Dorado, mas
alegou que não sabia do envolvimento deste com o tráfico de drogas naquele
período.
“Naquela época, não havia nenhuma acusação contra ele, agora é mais fácil saber das coisas porque temos a internet, porque temos o Google, naquela época, não, mas reitero novamente, até conhecê-lo, esse senhor não tinha processos relacionados ao narcotráfico”, afirmou Feijóo ao canal de televisão LaSexta.
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