Apesar de não ter aliados suficientes na câmara baixa até o momento para formar uma maioria e governar a Espanha, Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular (PP), de direita, que foi o vencedor das eleições gerais da Espanha, ainda busca formas de tomar posse como o próximo governante do país.
No entanto, para a conquista o cargo, ele precisa receber a incumbência do rei Felipe VI, encarregado de propor um candidato para a presidência do governo espanhol.
Foi o que afirmou nesta quarta-feira (26) à imprensa o secretário-geral do PP, Cuca Gamarra, que enfatizou a vitória de Feijóo nas eleições gerais e a “responsabilidade” que ele assume de formar maioria para assumir o cargo, embora reconheça a “dificuldade numérica” de encontrar aliados.
Os conservadores acreditam em um governo encabeçado por Feijóo, apesar da falta de apoio, até o momento. Um dos partidos que já declinou de ficar ao lado do líder foi o dos nacionalistas bascos (PNV).
Isso deixa o PP, que detém 136 deputados, com o apoio apenas dos 33 representantes do partido de direita Vox e do único parlamentar dos regionalistas navarros (UPN).
O partido Coalizão Canárias (também com um deputado) ainda não demonstrou apoio certo ao vencedor das eleições gerais, mas, mesmo que confirme o apoio, o partido não conseguiria números suficientes para prevalecer sobre o bloco de esquerda liderado pelo presidente interino do governo espanhol Pedro Sánchez.
Nessa situação, Gamarra insistiu para que nem o Partido Socialista (PSOE) nem Sánchez bloqueiem um governo do PP, que ainda aguarda a recontagem dos votos dos espanhóis residentes no exterior, com a qual poderia somar mais um assento.
O secretário ainda salientou a importância do Vox em comunicar que, se Núñez Feijóo conseguir reunir os votos necessários, não vetará sua posse.
Para o PP só há duas alternativas: um governo de Feijóo ou um bloqueio político, o que levaria a uma repetição das eleições ou a um governo de aliança entre Sánchez e “20 partidos”, entre os quais está o JuntsxCat, liderado pelo ex-presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, foragido da Justiça espanhola em Bruxelas.
Por outro lado, o PSOE considera certo que haverá um acordo com o JuntsxCat e os demais partidos progressistas para empossar Sánchez, embora fontes internas assegurem que não haverá referendo na Catalunha, nem anistia para os envolvidos na tentativa secessionista de 2017.
A ideia dos socialistas é conversar com todos os grupos progressistas “com calma” e “negociar adequadamente”.
O PSOE duvida que Feijóo tente tomar posse porque seria “expor-se demais”. Ainda, o partido acredita que o líder conservador “está tentando fingir que tem chances para não precipitar sua queda”.
As mesmas fontes preveem primárias entre os conservadores para eleger um novo líder do partido, que poderia ser a presidente regional de Madri Isabel Díaz Ayuso, reeleita em maio com maioria absoluta e uma das atuais referências da legenda.
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