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Netanyahu diz que Israel entrará em “território desconhecido” se Suprema Corte derrubar reforma judicial

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Premiê de Israel alega que a reforma judicial não visa controlar a Suprema Corte, mas conter excessos dela| Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alertou
nesta quinta-feira (27) que o país entrará em “território desconhecido” caso a
Suprema Corte decida derrubar a primeira parte da reforma judicial que seu
governo propôs.

Em entrevista à CNN, o premiê desconversou quando perguntado se acataria ou não a decisão do tribunal caso este decida pela anulação de uma lei aprovada pelo Knesset, o parlamento de Israel, na segunda-feira (24).

“O que você está falando é de uma situação, ou situação em
potencial, em que, em termos americanos, a Suprema Corte dos Estados Unidos analisasse
uma emenda constitucional e dissesse que ela é inconstitucional. Esse é o tipo
de espiral de que você está falando, e espero que não cheguemos a isso”, disse
Netanyahu à emissora americana.

Israel não possui uma Constituição escrita: o Estado judeu tem um conjunto de leis básicas e jurisprudências, nas quais a Suprema Corte se baseia para tomar suas decisões.

A lei aprovada na segunda-feira anula a chamada doutrina da razoabilidade, que permitia que o Supremo israelense revisasse e revogasse decisões ou nomeações do governo. A corte informou que analisará os recursos apresentados contra a legislação em setembro, ao fim do recesso judiciário.

Netanyahu alegou que a reforma judicial, que tem motivado
grandes protestos em Israel desde que foi apresentada, não visa controlar a
Suprema Corte, mas conter excessos dela.

“Não queremos um tribunal subserviente. Queremos um tribunal
independente, não um tribunal todo poderoso, e essa é a correção que estamos
fazendo”, argumentou o premiê.

Outras propostas da reforma judicial apresentada por Netanyahu, como maior controle do Executivo sobre a nomeação de juízes e a remoção de consultores jurídicos independentes dos ministérios, ainda não foram votadas.

FONTE: Gazeta do Povo