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primárias registram problemas na votação

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Problemas técnicos e longas filas foram algumas das dificuldades enfrentadas por eleitores que foram às urnas nas eleições primárias da Argentina neste domingo (13). Com isso, a apuração ainda não tinha sido encerrada até as 23h50 (horário de Brasília).

Algumas escolas foram autorizadas a estender o horário de votação, que oficialmente se encerraria às 18h. Outro motivo que agravou o atraso na apuração foi a implementação do sistema de votação eletrônico para a eleição de chefes de governo.

Por volta das 23h50, com 78% das urnas apuradas, o deputado Javier Milei, líder da coalizão La Libertad Avanza, tinha 31,09% dos votos para presidente na eleição primária.

Já a coalizão Juntos por el Cambio estava em segundo, com 27,97% dos votos; na disputa nesse grupo político, Patricia Bullrich (16,96%) estava à frente de Horacio Rodríguez Larreta (11%).

Em terceiro lugar estava a coalizão Unión por la Patria, com 26,58% dos votos, na qual Sergio Massa (21,12%) estava à frente de Juan Gabrois (5,46%). Massa é o candidato do presidente Alberto Fernandéz.

Com a divulgação dos primeiros resultados, segundo o jornal Clarín, as redes sociais registravam expressões como “Milei presidente”, “Que se vayan todos” (“que todos se mandem”, em tradução livre) e “la casta tiene miedo” (“a casta está com medo”) estavam entre as mais citadas.

Intitulada de eleições PASO (primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias), o pleito antecede as eleições gerais do dia 22 de outubro, quando será escolhido o presidente argentino dentre os candidatos que forem mais bem votados neste domingo (13).

Na Argentina, o voto é obrigatório para quem tem de 18 a 70 anos. Mas, a partir dos 16 anos e depois dos 70, é possível escolher se irá votar ou não.

Quem são os candidatos

O libertário Javier Milei, da Liberdade Avança, com a vice Victoria Villarruel, liderava a disputa. Sendo ferrenho opositor ao governo peronista, ele é visto como forte candidato para disputar contra Sergio Massa em um eventual segundo turno.

Representado o governo de Alberto Fernandéz, o ministro da Economia Sergio Massa, da União Pela Pátria, também aparece com um dos favoritos para a disputa. Em um país cuja inflação passa dos 100% e que tem quase 40% da população na pobreza, o ministro é visto como a “esperança” para os eleitores adeptos ao peronismo argentino.

Entre os opositores de centro-direita, estão Horacio Larreta, do Juntos Pela Mudança, com o vice Gerardo Morales; e Patricia Bullrich, também do Juntos Pela Mudança, com o vice Luis Petri.

Argentina registra problemas durante a votação

Por conta dos problemas citados, a juíza federal María Servini de Cuíbra, questionou a forma como sistema foi implementado. “É preocupante o grau de improviso com que têm sido tratadas tanto a empresa contratada para o fornecimento e instalação das urnas quanto o próprio Instituto de Gestão Eleitoral”, afirmou em carta enviada às autoridades eleitorais.

O deputado Javier Milei, que compete pela Presidência, afirmou que o pleito parecia ter sido organizado de “improviso”, questionando, sem provas, a lisura da votação: “Quando querem fazer esse tipo de artimanha acontecem essas coisas”, afirmou à imprensa depois de votar.

Entenda o que são as primárias na Argentina

Na Argentina, há eleições primárias, que definem os
candidatos que disputarão as gerais — ou seja, que disputarão a Presidência e
outros cargos de legisladores.

Desde 2016, foi estabelecido que os candidatos
aprovados nas primárias devem participar de dois debates televisionados. Eles
acontecerão entre os dias 1º e 8 de outubro. A votação deverá ocorrer em 22 de
outubro.

Um desses debates deve ser realizado em uma capital
provincial determinada pela Câmara Nacional Eleitoral. Em caso de segundo
turno, haverá mais uma instância de debate entre os dois candidatos, no dia 12
de novembro.

Além do presidente, os argentinos deverão escolher os representantes
da  Câmara Baixa, ou seja, 130 deputados
nacionais, e um terço da Câmara Alta, ou seja, 24 senadores nacionais.

Eles também escolherão 21 governadores das 23 províncias do território argentino e o novo chefe de governo da cidade de Buenos Aires.

Diferente das eleições brasileiras, as eleições argentinas permitem que províncias escolham se seguirão o calendário eleitoral nacional ou se farão em um período diferente. É o caso da eleição na província de La Pampa, que
realizou as primárias em 12 de fevereiro. A eleição para governador e cargos
locais aconteceu em 14 de maio.

FONTE: Gazeta do Povo