Portal Paraíba-PB

Informação com credibilidade!

“Qual o problema se falo ou deixo de falar com Lula?”, diz Milei em debate

Ícone Notícias

No último debate antes das eleições presidenciais na Argentina,
o candidato libertário Javier Milei foi evasivo ao responder ao adversário
peronista Jorge Massa se manteria relações com Brasil e China, importantes
parceiros comerciais. “As relações comerciais são estabelecidas no [âmbito]
privado. Você tem um governo onde Alberto Fernández [que apoia Massa] falava
com [Jair] Bolsonaro. Então qual é o problema se eu falo ou deixo de falar com
Lula?”

Na última quarta (8), Milei afirmou que não se reunirá com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso seja eleito. Em entrevista ao
jornalista peruano Jaime Bayly, ele chamou o petista de “comunista” e “corrupto”.
Antes, ao canal de TV La Nácion+, disse que o presidente brasileiro estaria
interferindo na disputa na Argentina, em favor de Massa.

Em resposta a Milei no debate, Massa disse que visitou Bolsonaro em Brasília no meio da pandemia. Ele insistiu na pergunta e Milei respondeu que as relações comerciais são do setor privado. Na tréplica, Massa afirmou que as relações “são estabelecidas entre países, os acordos são feitos entre países”. Milei criticou o adversário, apontando que ele estaria falando em “regulamentação do comércio”. “Sim, existe no mundo todo”, rebateu Massa. “Isso é uma falácia, o que é que isso importa? Vamos ser mais sérios, por favor”, respondeu Milei.

Massa afirmou que uma ruptura com Brasil e China causaria
perda de empregos e exportações.

“Para mim, Javier, me parece que você não quer dizer para as pessoas que, por conta de um preconceito ideológico, vai deixar 2 milhões de argentinos sem trabalho. É isso que vai acontecer com quem trabalha no mercado de carne, com agricultura, os trabalhadores do Porto de Rosário. Vai explicar isso para os trabalhadores em Salta, com os trabalhadores do mercado automotivo da grande Córdoba. A ruptura com o Mercosul, a ruptura das relações com o Brasil, a ruptura das relações com a China representa 2 milhões de empregos a menos e um impacto nas exportações da Argentina de 28 bilhões de dólares. A política externa não pode ser feita por capricho e escolhida por ideologia, senão por interesses nacionais”, afirmou Massa.

Milei respondeu que o comércio no setor privado vai
continuar. “Não vai deixar de existir. E se por algum motivo você acredita que
vai deixar de existir, eu poderia comercializar isso através de outro lado.
Você acredita que os chineses querem algum benefício conosco? Por favor, pare de
assustar as pessoas com a perda de vagas de trabalho, por favor […] Qual o
problema? Se você não exporta para a China, exporta para outro. Pode fazer uma
triangulação…”, afirmou. Acrescentou depois que acredita numa “Argentina
livre, em indíviduos livres que possam comercializar com quem quiserem e não
com quem tenta regular o comércio para tirar vantagem”, disse.

O segundo turno das eleições está marcado para o próximo domingo
(19). No primeiro turno, Sergio Massa, atual ministro da Economia, obteve 36,68%
dos votos válidos, contra 29,98% de Javier Milei.

FONTE: Gazeta do Povo