Às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, marcado para o próximo domingo (19), os dois candidatos, Sergio Massa e Javier Milei, percorrem o país em busca de votos de indecisos.
O candidato da frente “A Liberdade Avança”, o ultraliberal Javier Milei fez um grande comício em Rosário, a terceira cidade mais populosa da Argentina e um dos centros nevrálgicos da campanha eleitoral, por causa da violência que sofre associada ao tráfico de drogas.
No mesmo local em que Massa prometeu criar, caso vença, seu “FBI argentino”, um centro com todas as forças federais coordenadas para combater o crime, o economista libertário afirmou na terça-feira (14) que “os votos estão lá” e que ele será capaz de “derrotar os ditadores kirchneristas”.
Milei repetiu o discurso do último debate e afirmou que o segundo turno será “a eleição mais importante dos últimos 100 anos” na Argentina e disse que os argentinos vão escolher entre a “praga da inflação” ou a voltar a ser uma “potência mundial”. “Neste domingo, teremos que escolher se queremos o populismo ou a república. Continuar com essa decadência ou abraçar as ideias de liberdade. Se quem ganha são os corruptos da casta política ou quem ganha são os bons argentinos”.
Massa tenta se descolar de corrupção no peronismo e promete transparência
Sérgio Massa, da coalizão governista e atual ministro da Economia, fez da “transparência” e da luta contra a corrupção sua bandeira em atos de campanha na terça-feira (14). Ele percorreu as províncias patagônicas de Río Negro e Neuquén, onde recebeu o apoio simpatizantes e dos governadores eleitos de ambas as províncias, Alberto Weretilneck e Rolando Figueroa, respectivamente.
Os dois governadores representam legendas provinciais, mas o primeiro, acima de tudo, faz parte de uma força que, assim como o atual ministro da Economia, é transversal e abrange diferentes linhas ideológicas, como Massa defende para seu eventual governo.
Antes de um discurso na cidade de General Roca, em Río Negro, ele participou de um grupo de trabalho sobre transparência e democracia com representantes de universidades e organizações da sociedade civil, no qual enfatizou que está interessado na “luta contra a corrupção” e busca “enfrentar uma nova etapa em termos de ética e transparência na política”.
Ciente dos casos de corrupção que afetaram o peronismo, incluindo aqueles em que a vice-presidente, Cristina Kirchner, está envolvida judicialmente, ou os mais recentes na província de Buenos Aires, conhecidos durante a campanha, Massa tenta se descolar dos aliados.
Ele afirmou que a “ética, integridade, luta contra a corrupção e transparência” farão parte da agenda de trabalho do governo de união nacional e ofereceu “o escritório anticorrupção nas mãos da oposição” para controlar o governo e “metade da oposição no Banco Central para controlar o cuidado” com a moeda argentina.
Milei e Massa têm agenda de campanha até quinta-feira (16), o último dia em que poderão participar de atos antes da proibição eleitoral, que começa na sexta-feira (17) às 8h local.
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