A Assembleia Nacional do Equador declarou nesta quinta-feira
(30) o ex-presidente Guillermo Lasso (2021-2023) responsável por peculato na
votação final do julgamento de impeachment que o então governante interrompeu
há seis meses ao dissolver a casa e forçar a convocação de eleições gerais
extraordinárias.
Reinstaurada após as eleições, a Assembleia prosseguiu com o julgamento de impeachment, embora não houvesse mais a opção de remover Lasso, que deixou o cargo há uma semana para seu sucessor, Daniel Noboa, o empresário de 35 anos que venceu a eleição presidencial resultante da chamada “morte cruzada”, mecanismo constitucional com o qual o então presidente evitou um possível impeachment.
Os parlamentares consideraram procedente a acusação contra
Lasso por um placar de 116 votos a favor, um contra e sete abstenções em duas rodadas
de votação.
Com isso, chegou ao fim um longo processo de impeachment
pedido por uma oposição liderada por aliados do ex-presidente Rafael Correa
(2007-2017), de esquerda, e pelo conservador Partido Social Cristão (PSC).
Essas duas forças pressionaram pelo impeachment depois que
veio à tona um suposto esquema de corrupção em empresas públicas aparentemente
chefiado pelo cunhado de Lasso, o empresário Danilo Carrera, e com um de seus
membros supostamente ligado a uma quadrilha de tráfico de drogas.
No entanto, o Tribunal Constitucional retirou esse trecho da
acusação e deixou apenas o crime de peculato, referente a contratos assinados
pela frota estatal de petróleo que supostamente causaram “danos ao Estado em
favor de terceiros”, de acordo com a resolução aprovada pela Assembleia.
A nova composição da Assembleia após as eleições deixou o correísmo e o PSC como as duas bancadas dominantes na Casa e retomou o processo de impeachment de Lasso, que antes da dissolução da legislatura não contava com maioria e agora não tem representantes de seu partido.
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