Movimentos grevistas e forças políticas de esquerda
convocaram para o próximo dia 20 os primeiros protestos contra os ajustes
econômicos anunciados pelo novo presidente da Argentina, Javier Milei.
Nesta data é lembrada todos os anos a grave crise de 2001 na
Argentina, que desencadeou um sério cenário econômico e social no país e levou
à renúncia dos presidentes Fernando de la Rúa (1999-2001) e Adolfo Rodríguez
Saá (2001).
Neste ano, o movimento está relacionado à chegada de Milei
ao poder. O líder grevista Eduardo Belliboni afirmou nesta segunda-feira (11),
em entrevista à emissora de rádio AM750, que os ativistas “não vão aceitar que
haja uma regressão social” na Argentina.
“O que está acontecendo é que há pessoas que estão muito
mal, que estão perdendo seus empregos ou que têm dificuldade para comer”,
alegou.
“Mais uma vez eles vêm até nós com a história da luz no fim
do túnel? Também nos disseram que tínhamos de atravessar o inverno, mas no
final do caminho tivemos um desastre econômico e o fato de eles terem saqueado
este país. Enquanto nós estamos apertando o cinto, eles estão enchendo os
bolsos”, acusou o líder grevista.
Vários líderes da esquerda em nível nacional criticaram duramente as posições de Milei, sintetizadas na frase “não há dinheiro”, e também convocaram seus militantes a se manifestarem no dia 20 de dezembro.
“Nas telas da TV, Milei se mostrava disruptivo, mas agora
ele é um ajustador clássico”, disse Myriam Bregman, ex-candidata à presidência
pela Frente de Esquerda e de Trabalhadores.
O presidente argentino afirmou ontem que “não há alternativa”
aos ajustes econômicos prometidos durante a campanha eleitoral.
Nesta terça-feira (12), o novo ministro da Economia, Luis Caputo, deve anunciar um primeiro pacote de medidas nesse sentido.
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