Uma delegação do Hamas, liderada pelo chefe do gabinete político, Ismail Haniyeh, chegou nesta quarta-feira (20) ao Cairo para discutir uma possível nova trégua na Faixa de Gaza, na qual seriam libertados reféns e prisioneiros.
Em um comunicado, a milícia palestina afirmou que Haniyeh chegou ao Cairo “para manter conversas com autoridades egípcias sobre a evolução da agressão sionista contra a Faixa de Gaza”, sem dar mais detalhes.
Haniyeh, que está exilado no Catar, vai se reunir com o chefe do Serviço Geral de Inteligência egípcio, general Abbas Kamel, para tentar “aproximar pontos de vista e remover obstáculos que permitam declarar uma nova trégua e tentar abrir novos caminhos na negociação a partir do papel egípcio”, disse hoje à Agência EFE uma importante fonte de segurança egípcia, que pediu anonimato devido à sensibilidade do assunto.
O Cairo também busca novas propostas que sejam “completamente diferentes das anteriores para abrir um novo caminho para negociações de trégua”, bem como preparar o caminho para “um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza”, disse a fonte, que acrescentou que o Egito está tentando obter a aprovação do Hamas para regressar às negociações indiretas.
Essa fonte de segurança egípcia disse também que o Hamas expressou sua disposição de cumprir o cessar-fogo se Israel se comprometer com o acordo.
Esta é a segunda visita de Haniyeh ao Egito – principal mediador do conflito ao lado do Catar e dos Estados Unidos – desde o início da guerra, em 7 de outubro, após ter se deslocado à capital egípcia no início de novembro para reuniões que acontecem em total sigilo.
Nesta terça (19), o Hamas advertiu em um comunicado que não negociará a libertação de reféns enquanto a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza continuar, mas que estava “aberto a qualquer iniciativa que contribua para acabar com a agressão contra o nosso povo e abrir as passagens para levar ajuda e alívio aos palestinos”.
Por sua vez, o presidente de Israel, Isaac Herzog, disse ontem que o seu país “está preparado” para outra trégua que permita a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária adicional no enclave palestino, embora tenha salientado que toda a responsabilidade está nas mãos de Hamas.
Das mais de 240 pessoas que o Hamas raptou em solo israelense durante o ataque de 7 de outubro, ainda há 129 reféns em Gaza, dos quais cerca de 20 podem estar mortos.
A trégua de uma semana que começou em 24 de novembro permitiu a libertação de 105 reféns, 24 deles estrangeiros, em troca da libertação de 240 prisioneiros palestinos. Após o ataque do Hamas em 7 de outubro, que terminou com mais de 1.200 mortos e mais de 240 sequestrados, Israel lançou uma ofensiva militar por terra, mar e ar no enclave palestino.
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