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Ditadura de Cuba quer forçar presa política a fazer aborto

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Lisdany Rodríguez Isaac, de 25 anos, cumpre uma pena de oito anos de prisão em Cuba por ter participado das grandes manifestações de 11 de julho de 2021, que incendiaram a ilha contra o regime de Miguel Díaz-Canel e as precárias condições de vida enfrentadas pela população com a crise que assola cada vez mais o país.

Além do encarceramento por motivações políticas, agora ela enfrenta uma nova violação da ditadura: a de fazer um aborto contra a sua vontade, conforme denunciou a família da prisioneira do regime.

A jovem, grávida de sete semanas, se encontra em péssimo quadro de saúde na prisão feminina de Guamajal, localizada na província de Santa Clara. Os relatos são de sua mãe e de uma importante organização de Direitos Humanos que acompanha a situação de perto.

Durante uma entrevista ao portal Infobae, a genitora da presa, Barbarita Isaac Rojas, contou que Lisdany não tem acesso a uma alimentação adequada e a remédios. “Ela se sente mal e não tem nem o que comer ”, disse a mãe, apelando por ajuda à filha.

Barbarita também conversou com a ONG Defensores dos Prisioneiros, que publicou em suas redes sociais um áudio da mulher contando sobre as condições na prisão de Santa Clara. Lisdany possui duas irmãs gêmeas, sendo que uma também cumpre prisão pelo mesmo motivo.

“Lisdiany – uma das irmãs – me ligou porque Lisdany está grávida. Ela e o marido, que também está preso, nunca conseguiram engravidar. Coincidentemente, ela está grávida agora. E bom, o bebê tem sete semanas. Lá não estão dando comida boa, porque na realidade lá não tem comida, não tem remédio, não tem nada”, descreveu a mãe.

Agora, além dos desafios já experimentados pela presa política no encarceramento, o regime liderado por Miguel Díaz-Canel quer interromper a gravidez da mulher. “Agora a Segurança do Estado quer forçá-la a retirar o menino”, denunciou Barbarita.

Javier Larrondo, presidente da ONG Defensores dos Prisioneiros, afirmou que a causa da presa política chegou recentemente à ONU, que emitiu um documento pedindo sua soltura. “As Nações Unidas defenderam sua causa na carta acusatória enviada por quatro relatores especiais e pelo grupo de trabalho para detenções arbitrárias. A carta chamava-se AL CUB 2023 ″, lembrou.

O líder da organização de Direitos Humanos disse que o caso foi denunciado pelos Defensores dos Prisioneiros, culpando o governo cubano por cometer um assassinato. “Um aborto forçado contra a vontade da mãe e sem razão clínica nada mais é do que um homicídio resultante do terrorismo de Estado ”, afirmou Larrondo.

“Lisdany e o marido, depois de anos de espera para ter um filho, tiveram uma reunião no pavilhão e, para surpresa de ambos, ela engravidou de um filho tão desejado. Agora, está grávida de sete semanas. Os agentes da Segurança do Estado da prisão de Guamajal querem forçá-la a abortar, ela não recebe nenhum atendimento médico, estão sem comida nem remédios e a coagem a abortar o bebê tão desejado”.

Segundo dados coletados pela ONG no ano passado, 11% dos prisioneiros políticos de Cuba são mulheres – totalizando 117, sendo a grande maioria detida após as manifestações pacíficas de 2021. As principais acusações contra os presos são de provocar desordem pública, desacato e atentado contra a ditadura.

FONTE: Gazeta do Povo