Rodrigo Caio está na história do Flamengo. Ao todo, o zagueiro levantou 11 taças desde 2019 e ficou marcado em uma geração multicampeã. No entanto, uma sequência de lesões o fez ter batalhas complicadas fora dos gramados.
Em entrevista ao Bola da Vez, o zagueiro contou como o ‘pesadelo’ no joelho voltou a aparecer anos depois da primeira lesão que teve na patela, quando ainda era um jovem na base do São Paulo. Desde então, o defensor passou a atuar no limite da dor.
“Tive a primeira lesão em 2008, tinha 15 anos de idade. Tive uma fratura de patela. Bati joelho com joelho e acabei fraturando a patela. Mas, desde então, nunca mais tinha tido dor nesse joelho, nada. No meio de 2020, quando o Domènec tinha acabado de chegar ali, eu tive outro trauma na mesma região, um pouco mais medial, com o Michael. Eu estava levando a bola, fiz o movimento, ele escorregou, eu escorreguei. Os dois escorregaram. Quando escorreguei, o joelho dele bateu na parte medial do meu joelho. Aí começou a agudizar, edema ósseo pelo trauma. Foi aquela luta para recuperar, para ficar disponível para treinar, jogar, sempre com muita dor. A gente é valente, em cima da dor, não queria parar, queria jogar, performar. E aí vai acarretando uma lesão em cima da outra. Ao invés de parar, dar um descanso, recuperar, fortalecer, tirar a dor. Eu fui, fui, fui, foi agravando. Chegou um momento que ficou muito difícil para mim, que foi na final de CONMEBOL Libertadores (2021). Cheguei ali no limite do limite.
Em seguida, Rodrigo Caio o detalhou o drama vivido por conta do problema crônico no joelho direito, convivendo com o medo de até perder a perna após contrair uma infecção pós-artroscopia.
“O Renato foi um cara muito especial para mim, porque ele me ajudou muito. Eu queria ter parado antes, ele dizia: ‘eu preciso de você’. Eu falava: ‘Renato, não aguento mais, eu preciso parar’. Não parei, ele começou a me dar descanso, às vezes não treinava, jogava. Fui levando até a final da Libertadores. Já tinha avisado ao pessoal do Flamengo que acabando a Libertadores eu iria parar para fazer todos os exames para ver se era um edema ósseo por causa da pancada. O que a gente poderia fazer para resolver isso. Foi quando, no final da temporada, fiz a artroscopia para ver, mas peguei uma infecção. Algo que fiz para resolver… Fiquei 13 dias tomando antibiótico. Desesperador, porque você está diante de algo que nunca passou, não sabia como lidar. Muita gente falando, foi bastante difícil para mim. Foi um processo mental muito difícil, dentro do hospital, comecei a pensar um monte de besteira. Pensava até se iria morrer, amputar a perna, várias situações. Saí dali, as coisas começaram a melhor, depois que saí da medicação, porque eu tive reação ao antibiótico, começou a me deixar com febre, rancho cutâneo, que são manchas no corpo, vários sintomas.”
Aos 30 anos, Rodrigo Caio está sem clube desde que deixou o Flamengo. Pelo clube carioca, foram 150 jogos, com seis gols marcados e uma assistência.
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