O Flamengo decidiu afastar Gabigol, que logo após o título da Copa do Brasil comunicou que deixará o clube ao final do seu contrato. E segundo contou a ESPN, atos de indisciplina – envolvendo, inclusive, o técnico Filipe Luís – ajudam a explicar a atitude tomada pela diretoria rubro-negra.
A reportagem mostrou que a decisão tomada pelo clube carioca em relação ao atacante tem a ver com uma sucessão de fatos. Desde um bate-boca com o técnico rubro-negro ao saber que seria substituído ainda no primeiro tempo da decisão na Arena MRV à escolha do camisa 99 de não comemorar o título com os demais companheiros de equipe.
Partiu da diretoria o afastamento de Gabi, mas tudo endossado por Filipe Luis e até mesmo pelo elenco. Inclusive, foi pedida uma reunião com Junior Pedroso, agente do jogador, para definir os “próximos passos” do atacante no clube. O encontro, porém, ainda não ocorreu.
E o episódio envolvendo Gabigol e Flamengo não é o primeiro desde que o atacante chegou à Gávea, em 2019. Inclusive, desde o início de Gabriel no clube carioca algumas de suas atitudes irritaram técnicos, jogadores e até mesmo a torcida rubro-negra. O ESPN.com.br relembra alguns deles.
Ainda no período em que Jorge Jesus estava no Flamengo, Gabi já foi alvo de indisciplinas. Algumas delas, inclusive, chegaram a parar na ‘sala de coletiva’, onde os líderes do elenco à época tentavam corrigir a aconselhavam o atacante a não cometer mais deslizes, sobretudo reclamações durante os treinos.
Já com Domènec Torrent, sucessor de JJ no clube, a forma física do atacante após a saída de Jesus irritou a comissão técnica do espanhol. E o descontentamento fez o jogador não ter a melhor das relações com o treinador.
O clima azedou quando Dome criticou a atuação e disse “não é todo ano que se ganha na sorte”. Gabigol, herói em 2019, foi um dos mais irritados com a fala. O espanhol, inclusive, chegou a colocar Gabigol no banco, algo inédito para o então jogador do Flamengo, por questão técnica. Gabi, inclusive, saiu furioso de uma partida contra o Fortaleza, em 2020.
Ainda no mesmo ano, com a chegada de Rogério Ceni para a vaga de Dome, Gabriel colecionou mais polêmicas com treinadores no Flamengo. Durante a derrota para o Athletico-PR por 2 a 1, em Curitiba, o atacante teve um desentendimento com o ex-goleiro após ser substituído, aos 27 do segundo tempo.
Enquanto deixava o campo, Gabigol discutiu com Ceni. Os dois foram vistos gesticulando por alguns segundos. Antes, o atacante já tinha tido um atrito com o treinador, ficando de chilenos e camisa de treino no banco durante derrota para o Ceará.
Na época de Renato Gaúcho, Gabigol já discutiu até mesmo com um técnico adversário depois de ser substituído. Em partida contra o Grêmio, no Maracanã, o atacante foi sacado do time, não gostou de sair e ainda sobrou para Felipão, que bateu-boca com o atleta.
Em 2022, já com Paulo Sousa à frente do clube, o atacante também se desentendeu com o técnico português. E foi durante o empate por 1 a 1 com o Fluminense, que confirmou o vice do Campeonato Carioca para o Flamengo. Depois de balançar as redes, Gabigol trocaram palavras fortes à beira do gramado. Na ocasião, Sousa tratou de colocar panos quentes no entrevero.
“Aquilo que aconteceu com o Gabi foi natural, algo de calor do jogo. É um rapaz que tem sempre a missão de ganhar. É muito difícil se comunicar com os jogadores, pois o público faz barulho, está sempre muito presente, e ele tem que entender que, inicialmente, fez o que eu pedi com mais consistência. Naquele preciso momento (da confusão), durante alguns minutos o posicionamento dele não era o mais correto”, explicou na época.
“Mas lembrando que tanto ele como qualquer um, seja comigo ou minha comissão, qualquer colega, é algo que procuramos educar, pois é algo que temos que ter uma comunicação positiva”, complementou.
A torcida do Flamengo também já viu a sua relação com Gabi ser estremecida. E foi novamente em 2022, com Dorival Júnior no comando. Durante vitória sobre o América-MG, no Maracanã, o atacante ouviu vaias dos torcedores enquanto era substituído, logo após desperdiçar duas chances claras e ainda um pênalti.
O jogador saiu de campo dando risadas, incomodado com a situação. Isso porque foi ele mesmo quem abriu o placar, com gol aos 40 minutos do primeiro tempo, após assistência de Pedro.
“A posição da torcida é soberana e tem que ser respeitada sempre, por todos nós”, comentou Dorival, em coletiva após o jogo, sobre as vaias ao atacante.
No ano seguinte, com Vítor Pereira, Gabigol já declarou achar “estranho” ficar no banco de reservas, logo após o jogo de ida da final do estadual, novamente contra o Fluminense. O atacante não começou entre os titulares e revelou, inclusive, que teve uma conversa com o português para mudar o seu posicionamento.
“É sempre estranho ficar no banco, mas no penúltimo treino falei com o Vítor, uma conversa muito clara, onde eu falei pra ele queria voltar à minha posição natural, que é centroavante. Enquanto eu pude ajudar o time naquela outra posição eu ajudei, mas com esquema de 3 zagueiros, eu optei por voltar na minha posição e aí eu disputo com o Pedro. Ele optou com Pedro hoje, foi só isso, claro que também a semana passada pesou um pouco porque eu vim machucado desde o Al-Ahly no adutor e vim trabalhando durante a semana. Ainda tenho dor, mas ainda espero melhorar durante a semana”, disse Gabigol.
“Foi minha (iniciativa da conversa), a gente conversou, ele me entendeu e eu entendi ele. Nada de mais. A gente joga com só um atacante na frente, com Dorival era um pouco diferente, mas era com dois atacantes, era um pouco, entre aspas, desconfortável, só que nesse esquema eu conversei com ele e eu optei por isso”, completou.
No mesmo ano, Gabi também irritou Jorge Sampaoli. O atacante deu uma festa em um momento não tão bom do clube. O técnico argentino ficou muito insatisfeito com a situação. E, inclusive, a torcida foi até o local e protestou contra o jogador.
O acervo de polêmicas do atacante também ganhou episódios com Tite, último comandante antes da chegada de Filipe Luís. E tudo teve início no fim de 2022.
Na comemoração do título da Libertadores, no Rio de Janeiro, Gabigol convocou a torcida do Flamengo para xingar o então técnico da seleção brasileira, que não o levou para a Copa do Mundo do Qatar.
Por ironia do destino, um ano depois, Tite foi para o Flamengo e foi o técnico do pior momento do atacante no clube, amargando de vez a reserva e sofrendo suspensão após polêmica envolvendo exame antidoping. Logo após a conquista da Copa do Brasil deste ano, o camisa 99 afirmou que “não era respeitado” pelo treinador.
Sem Gabigol em campo, o Flamengo vai encarar o Atlético-MG, nesta quarta-feira (13), pelo Brasileirão. O atacante prometeu estar na arquibancada no meio da torcida para acompanhar a partida.
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