Capitão e camisa 10, Rodrigo Garro deixou o gramado da Neo Química Arena ovacionado pela torcida depois de comandar o 3 a 1 do Corinthians diante do Vasco. Autor de dois gols e uma assistência, o argentino foi o nome do jogo na sexta vitória consecutiva do time na arrancada no Brasileirão, que permitiu à equipe sonhar com uma vaga na CONMEBOL Libertadores 2025.
Vivendo a melhor temporada da carreira, o meia de 26 anos assumiu o protagonismo dentro do elenco e soma agora 12 gols e 13 assistências desde a estreia, que aconteceu em 7 de fevereiro, quando o Timão acabou derrotado por 1 a 0 pelo Santos, na Vila Belmiro.
Anunciado com a camisa 16, Garro herdou o número 10 em março após a saída do paraguaio Matias Rojas.
“Para mim foi uma decisão muito grande”, disse o argentino em entrevista exclusiva à ESPN. “Sempre joguei com a 16 e me tinha dado muitos bons momentos. E com isso eu sou muito ‘o que me faz bem, fica…o que me faz mal, se vai’. O 16 era um número que me dava energia positiva. Acredito muito nessas coisas”.
Pouco mais de um mês após estrear, Garro foi procurado por Fabinho Soldado, executivo de futebol do Corinthians, para que assumisse o número que marcou época no Parque São Jorge com Rivellino, Zenon, Neto, Tevez, Douglas e Jadson, entre tantos outros.
Antes de aceitar o desafio, no entanto, o argentino decidiu procurar as lideranças do elenco para se aconselhar sobre a decisão. Entre as vozes, a de um dos grandes na história alvinegra: Cássio.
“O Fabinho me falou sobre a possibilidade [de assumir a 10]. Disse que sim, que era algo que esperava, mas que tinha muito respeito pelo que estaria representando dentro do clube”.
“Me lembro que nesse momento eu falei com o Cássio, que é o ídolo máximo da história do Corinthians. Disse a ele: ‘Gigante, tenho essa decisão para tomar e gostaria que uma pessoa como você, que conhece o clube, que já viu todos os jogadores que passaram por aqui…não quero faltar com respeito a nenhum de vocês’. E ele, com muito respeito, me disse: ‘Agarra essa camisa. Você está fazendo as coisas bem’. Ele me disse coisas bonitas e que eu precisava [ouvir]”.
Além do goleiro, que deixou o Corinthians rumo ao Cruzeiro com 712 jogos disputados, sendo o 2º atleta que mais vezes entrou em campo pelo clube, Garro ouviu também outros jogares que escreveram seus nomes nos livros de ouro do Timão.
“Falei também com Paulinho. Tinha que respeitar também sua história e tudo o que viveu no clube. Não poderia chegar e, de um dia para o outro, usar uma camisa tão pesada. Agradeço a eles pelo que me fizeram ver nesse momento. Ángel Romero também foi uma pessoa que me disse desde o primeiro momento: ‘Sinto que esse número é para você. Você vai fazer gols com a 16 ou com a 10. A pressão que vai ter com 16 é a mesma que vai ter com a 10’”.
“São mudanças que trazem sempre uma revolução e depois me dei conta de que foi uma decisão correta. Mas sempre quis manter o respeito ao clube. Não quis estar acima dos meus companheiros, sentia que precisava de um apoio, uma mensagem dos meus companheiros. E eu tive. Não me sinto mais, não me sinto melhor por usar o número 10, e não me sentia menos por ter o 16. Me orgulha que, depois de todas as coisas que eu vivi, hoje posso ser o número 10 do Corinthians e poder representá-la”.
Revelado nas categorias de base do Instituto, Rodrigo Garro defendia o Talleres desde 2022 antes de acertar com o Corinthians. Destaque da equipe e nas graças dos torcedores, o meia renovou contrato em meados de agosto e agora tem vínculo até dezembro de 2028.
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