Ronaldo Fenômeno anunciou nesta segunda-feira (16) o desejo de ser o próximo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
O atual mandato de Ednaldo Rodrigues vai até março de 2026. Vale lembrar que ele está no cargo sustentado por uma liminar, que ainda precisa ser validada em julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).
Há duas semanas, o ex-atacante disse que estava 100% preparado para assumir a presidência da CBF. Para isso, Ronaldo Fenômeno precisa ter, no mínimo, o apoio de quatro federações estaduais e quatro clubes.
Além disso, Ronaldo não pode ter ligação com nenhum clube. Por isso, o ex-atacante revelou que está negociando a venda do Valladolid. Em abril deste ano, ele vendeu a SAF do Cruzeiro para o empresário Pedro Lourenço.
Em entrevista ao ge, Ronaldo Fenômeno falou que vai viajar pelo Brasil para mostrar aos presidentes de clubes e federações seus planos para a CBF. Alguns deles já teriam prestado apoio ao ex-atacante.
“Esse anúncio é justamente para isso, para mandar uma mensagem aos presidentes de federações de clubes de que eu sou um candidato à presidência da CBF, tenho planos incríveis, e antes de que qualquer um se comprometa com seu voto, eu gostaria de ter uma conversa pessoal com cada um. Vou rodar o Brasil para sentir isso de cada um”, afirmou o ex-atacante
“Tenho sinalizações incríveis, pessoas incríveis, presidentes de clubes, de federações sinalizando positivamente e tenho certeza de que vou conseguir os apoios que preciso para ser presidente da CBF. Mas muito mais do que isso, são as pessoas nas ruas que estão pedindo ajuda, o futebol brasileiro pede ajuda, isso toca meu coração. Estamos parados há 20 anos e sem perspectiva. Isso me motiva demais, sentir as pessoas pedindo ajuda. Isso me motiva para entrar de cabeça neste projeto e devolver ao futebol tudo aquilo que ele me proporcionou”, completou.
Entre os inúmeros planos que Ronaldo Fenômeno tem para colocar em prática quando assumir a presidência da CBF, o principal deles é fazer a seleção brasileira voltar a ser respeitada a nível mundial.
“Eu tenho centenas de motivações, mas a maior delas é voltar com o respeito do futebol brasileiro a nível mundial. O que mais acontece comigo nas ruas são as pessoas parando e pedindo para eu voltar a jogar, porque a situação da Seleção não é das melhores neste momento, tanto dentro de campo quanto fora. Ouvir os ex-atletas, os verdadeiros protagonistas, vai ser importante no meu plano de gestão, trazer as lendas do futebol brasileiro de volta ao protagonismo. O meu objetivo é fazer com que a CBF seja a empresa mais amada do Brasil, e é o potencial que a gente tem. Durante muitas décadas o futebol brasileiro sempre foi a via de escape do povo brasileiro quando enfrentava os problemas diários. Chegava o jogo da Seleção e o torcedor apoiava, vibrava e comemorava junto”, destacou.
“Isso era o combustível do povo brasileiro e hoje vemos um total desinteresse da população com a Seleção. Entre centenas de coisas que me motivam a me tornar candidato a presidente da CBF, recuperar esse prestígio e esse respeito que a Seleção sempre teve e hoje ninguém mais tem. Temos sido maltratados nos campos, nas competições, e a Seleção tem que recuperar esse prestígio. Vou fazer de tudo para que os jogadores entendam a histórica importância que é jogar pela Seleção, o compromisso que é vestir aquela camisa, acho que tem muita coisa errada neste momento e vamos ter que discutir”, finalizou.
Pela seleção brasileira, Ronaldo Fenômeno disputou quatro Copas do Mundo e foi campeão em duas delas (1994 e 2002). Com 69 gols, o ex-atacante é o terceiro maior artilheiro da Amarelinha, atrás apenas de Pelé (77) e Neymar (79).
Na noite desta segunda-feira (16), Ronaldo Fenômeno postou em suas redes sociais os motivos que o levaram a se candidatar à presidência da CBF e quais seus planos. Leia o texto abaixo:
Foi o futebol brasileiro que me abriu as portas do mundo inteiro. Não como jogador, não falo da minha história. O nosso futebol é muito maior que eu. Falo sobre vestir a amarelinha, o peso que ela carrega. Ser o futebol brasileiro em cada canto do planeta, representar a velha paixão nacional que ia muito além das fronteiras.
Sim, ainda somos a única Seleção pentacampeã mundial, mas, no momento atual, até o nosso conceito de excelência está muito abaixo do nosso potencial.
Perdemos a essência? O que mais se perdeu? Não posso voltar em campo como muitos de vocês me pedem por aí. E, sinceramente, nem acho que as nossas maiores derrotas dos últimos anos foram dentro das quatro linhas. Elas não foram televisionadas. Precisamos olhar para fora dos holofotes. Para dentro das instituições. Para a mentalidade dos nossos atletas. Para as nossas relações.
Olho para tudo isso há bastante tempo. Parei de jogar, mas nunca saí do jogo. Foi como ampliar a visão. Mudar de posição. Conectado a pessoas e empresas, com vínculos duradouros, tive muitas conversas importantes nos bastidores. São inúmeras as minhas motivações para essa candidatura agora e talvez a maior delas é acreditar que posso contribuir verdadeiramente para recuperar o respeito pelo futebol brasileiro.
Eu falo de gestão. De mexer nas nossas estruturas preservando o que nos sustenta, reformando o que nos faz ruir enquanto instituição. Desejo uma CBF amada pelos brasileiros, respeitada pelo mundo inteiro. Uma transformação inédita e potente que dialoga com toda a indústria – os clubes, as federações, atletas, patrocinadores e torcedores – e dá aos protagonistas o papel que lhes cabe. Relevante e essencial.
Vou percorrer todos os cantos do Brasil, ouvir toda essa gente que precisa ser ouvida – hoje e sempre – e apresentar às Federações um projeto de investimento privado nunca antes visto para o crescimento sustentável do esporte em cada estado do país. Seguir gerando negócios, empregos e entretenimento, com inovação. Reconstruir a credibilidade da entidade máxima do futebol brasileiro, com a nossa velha paixão nos novos tempos.
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