Agustín García Basso está na história do Racing. Contratado em 2024, o zagueiro de 32 anos foi titular em nove jogos da campanha vitoriosa na CONMEBOL Sul-Americana, incluindo os duelos contra o Corinthians (semifinal) e o Cruzeiro (final).
O defensor teve uma carreira errática: revelado pelo Boca Juniors em 2012, passou por times de menor expressão na Argentina até se firmar no Equador, primeiramente no Deportivo Cuenca e depois no Independiente del Valle.
A história da família Basso no futebol, porém, não é nova. Inclusive com rastro marcante no Brasil, e quis o destino que o Botafogo fosse o rival do Racing na CONMEBOL Recopa a partir desta quinta-feira (20), às 21h30 (de Brasília), no El Cilindro, com transmissão ao vivo do Disney+.
Avô de Agustín, Oscar Alfredo Américo Basso é uma lenda do San Lorenzo, onde atuou nos anos 1940 e 1950. O clássico zagueiro tinha a antecipação e a saída de jogo como pontos fortes.
Ele estava no auge da carreira quando precisou deixar a Argentina após brigar por melhores condições laborais e salariais para os jogadores. Basso, então, foi atuar na Inter de Milão e retornou à América do Sul, chegando ao Botafogo em 1950.
O zagueiro atuou em apenas 17 partidas pelo Glorioso, mas eternizou uma dupla defensiva de respeito com Nilton Santos. O suficiente para o argentino ser eleito para diversas “seleções de todos os tempos” do clube na revista Placar e também por enquetes de torcedores.
“Oscar Basso é um caso raro”, disse o professor Luiz Antônio Simas à ESPN. “Zagueiro argentino de técnica refinada, ele veio ao Brasil oriundo da Itália em 1950 trazido pelo radialista Luiz Mendes. O Botafogo fez um ano ruim em 1950, apenas o quarto colocado no Campeonato Carioca, mas os 17 jogos foram suficientes para criar uma mística em torno de Basso que é impressionante.
“É um daqueles famosos e lendários da história do futebol: há quem diga que era um craque no nível de Domingos da Guia; há quem diga que foi uma espécie de alucinação coletiva. Mas o fato é que Basso marcou a história do Botafogo de forma fulminante”, explicou.
Oscar Basso foi anistiado e pode retornar à Argentina, terminando a carreira no San Lorenzo.
Em entrevista à ESPN após o título da Sul-Americana em Assunção, Agustín Basso revelou que não teve tanto contato com o avô para falar sobre futebol.
“Meu avô, Oscar Basso, foi campeão argentino em 1946 pelo San Lorenzo, jogou por River Plate, Tigre, Inter de Milão e também no Botafogo, atuou ao lado de Nilton Santos. Mas infelizmente, quando eu tinha um ano, um ano e meio, ele começou com Alzheimer. Eu o conheci, mas nunca tive a possibilidade de conversar com ele, é algo que eu teria adorado que ele me contasse”, contou o defensor do Racing.
“Tenho recordações da minha avó, contando que quebrávamos uns vasos jogando futebol quando eu tinha dez meses, um ano. Talvez sejam coisas que eu não me lembre, mas sempre obviamente com orgulho, orgulho do meu avô, que foi um jogador, que pode viver disso”.
“Feliz, te agradeço por me recordar dele, por trazê-lo à tona, ficaria encantado conhecer mais dessa faceta, poder falar disso. São coisas que tenho que estar agradecido sempre, porque também está no sangue, na família, faz parte da pessoa”, falou Agustín Basso.
Esse encontro entre Racing e Botafogo pela Recopa de 2025 será um momento mais do que especial para a família Basso.
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