Ex-campeão dos pesados do UFC, o norte-americano Cain Velasquez foi condenado a cinco anos de prisão na última segunda-feira (24) devido ao seu envolvimento em um tiroteio ocorrido em fevereiro de 2022.
Velasquez, que vinha cumprindo prisão domiciliar desde novembro de 2022, receberá um crédito de 1.283 dias servidos de detenção.
A sentença foi proferida no Tribunal do Condado de Santa Clara, na cidade de San Jose, na Califórnia.
Em agosto do ano passado, ele não contestou as acusações de tentativa de homicídio, agressão e porte ilegal de arma. As imputações são referentes a um incidente em que Velasquez perseguiu e atirou diversas vezes em um veículo que transportava um homem acusado de assediar sexualmente seu filho. O pai do homem, que também estava no carro, foi atingido pelos disparos e ficou ferido.
“O resultado de hoje é agridoce, pois a gente esperava que o Sr. Velasquez seguisse fora da cadeia. No entanto, os fatos seguem claros: Cain Velasquez é um bom homem, um pai devoto e um membro respeitado de nossa comunidade”, disse a advogada do ex-lutador, Renee M. Hessling, em comunicado.
“O que ele e sua família tiveram que suportar vem sendo um pesadelo, e um terror que eles nunca mereceram. Durante todo o processo, Cain mostrou coragem e força de caráter. Ele assumiu a responsabilidade por suas ações e foi responsabilizado pela Justiça”, seguiu.
“A sentença proferida hoje reflete toda a complexidade da situação e reconhece o homem por trás das manchetes. Quando for liberado, Cain seguirá sendo uma liderança exemplar, protegendo, contribuindo e cuidando das pessoas ao seu redor”, completou.
Velasquez, de 42 anos, assumiu a responsabilidade por seus atos em uma recente (e rara) entrevista.
“O que eu posso dizer da minha parte é que eu realizei ações de uma forma que não deveria ter feito”, disse o ex-campeão, ao podcast do ex-lutador Kyle Kingsbury.
“Não podemos fazer justiça com as próprias mãos… Eu sei o que eu fiz, e o que eu fiz colocou outras pessoas em risco. Não só as pessoas envolvidas, mas pessoas inocentes. Eu entendo o que fiz e estou disposto a fazer de tudo para pagar minha dívida à sociedade”, ressaltou.
Velasquez foi acusado de atirar contra o carro que transportava Harry Goularte, homem acusado de molestar seu filho (então com quatro anos) em uma creche que era administrada pela mãe de Goularte. A perseguição automotiva, ocorrida em 28 de fevereiro de 2022, durou quase 18km.
Na ocasião, Harry Goularte estava no banco do passageiro, enquanto seu padrasto, Paul Bender, dirigia. O automóvel ia de Morgan Hill até San Jose quando Velasquez atirou diversas vezes com uma arma de calibre 0.40. Os disparos não atingiram Harry, mas acertaram Paul no braço e no torço. Cain foi preso logo na sequência.
Harry Goularte, por sua vez, será julgado criminalmente em 2 de junho pela acusação de ato obsceno envolvendo um menor de idade. Ele se declarou inocente nas audiências preliminares.
Cain Velasquez se tornou campeão dos pesados do UFC quando nocauteou o lendário Brock Lesnar, em outubro de 2010. O lutador ainda defendeu seu cinturão em várias ocasiões, mas teve a reta final da carreira prejudicada por lesões. Sua aposentadoria aconteceu em 2019.
Em 2022, depois de ser preso, o Ultimate demonstrou apoio público a Velasquez. O CEO da organização, Dana White, chegou até a enviar uma carta ao tribunal que julgou Cain, descrevendo o réu como um “modelo de como um atleta profissional deve seguir sua profissão”.
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