Em meio a indefinição do futuro de Dorival Júnior na seleção, nomes surgem como possíveis substitutos, entre eles Carlo Ancelotti, Jorge Jesus e Filipe Luís. Essa “preferência” por treinadores estrangeiros incomoda Renato Gaúcho.
Livre no mercado desde dezembro do ano passado, quando não renovou com o Grêmio, Renato Gaúcho concedeu uma entrevista exclusiva à ESPN e abordou diversos assuntos. Entre eles a “invasão” de treinadores estrangeiros no futebol brasileiro.
Entre os 20 clubes que disputam a Série A do Brasileiro, nove são dirigidos por profissionais de outros países: os portugueses Renato Paiva (Botafogo), Leonardo Jardim (Cruzeiro), Abel Ferreira (Palmeiras), Pedro Caixinha (Santos) e Pepa (Sport), os argentinos Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza), Ramón Díaz (Corinthians) e Zubeldía (São Paulo), e o argentino naturalizado boliviano Gustavo Quinteros (Grêmio).
Incomodado com a “invasão” estrangeira, Renato Gaúcho vê mais boa vontade da imprensa com treinadores de outros países e acredita que o Brasil tem profissionais capacitados para dirigirem a seleção.
“Não é puxar sardinha para os nossos treinadores, mas o Brasil tem bons treinadores. Eu pergunto assim. Com todo respeito aos treinadores portugueses, quais foram os treinadores portugueses vitoriosos aqui no Brasil?”, questionou Renato Gaúcho.
O repórter Rafael Marques citou Artur Jorge, Jorge Jesus e Abel Ferreira. Os dois primeiros foram campeões por Botafogo e Flamengo, respectivamente, enquanto Abel se tornou o treinador mais vitorioso da história do Palmeiras.
“Então, do jeito que falam parece que chegaram 100 treinadores portugueses aqui e 90 deles se deram bem. A paciência que a imprensa brasileira muitas vezes tem com treinador estrangeiro, não tem com treinador brasileiro. É o que eu vejo, com todo respeito a eles, sejam portugueses, mexicanos, espanhóis. Acho que tem espaço para todo mundo, desde que você prove seu valor”, afirmou Renato Gaúcho.
“Na minha opinião, pode ter certeza que o Brasil tem bons treinadores para treinar a seleção brasileira, e que entendem o futebol brasileiro, que é o mais importante, entendem as características do jogador brasileiro, porque as vezes você traz um treinador estrangeiro que tem suas ideias, e até ele aprender, até ele conhecer bem o futebol brasileiro, daqui a um ano é a Copa do Mundo”, completou.
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Renato Gaúcho defende treinador brasileiro na seleção e questiona: ‘Quais técnicos portugueses foram vitoriosos no Brasil?’
Ex-jogador e treinador concedeu entrevista exclusiva à ESPN
Elogios a Filipe Luís
Mas tem um treinador brasileiro que faz brilhar os olhos de Renato Gaúcho. Trata-se de Filipe Luís, que assumiu o comando do Flamengo após a saída de Tite e já conquistou três títulos: Copa do Brasil de 2024, Supercopa do Brasil de 2025 e Campeonato Carioca de 2025. Em cinco meses, são 19 vitórias, 7 empates e apenas uma derrota.
Os dois trabalharam juntos no próprio Flamengo, em 2021. Na época, Renato Gaúcho era treinador e Filipe Luís ainda atuava como lateral.
“Um cara muito acima da média, um cara inteligente. Eu mesmo falei para ele na época (em que treinava o Flamengo). Inclusive, eu falei para ele: olha, está na hora de você sair da lateral-esquerda e ir para a zaga, para você poder jogar mais dois, três anos. Você é muito inteligente, você vai pelos atalhos, você vai se dar bem como zagueiro também. E ele disse que estava fazendo curso de treinador. Eu disse que não tinha dúvidas que ele se daria bem como treinador, que não tinha dúvidas que, pela capacidade, inteligência, ele seria um grande treinador. Então, o trabalho que ele está desempenhando agora no Flamengo para mim não é surpresa nenhuma. Inclusive, eu falo com ele de vez em quando”, elogiou Renato Gaúcho, que quer voltar a trabalhar com Filipe Luís.
“Desde que ele começou a ser treinador eu falo com ele. ‘Beleza, fico feliz, toda a sorte do mundo’, cumprimento ele a cada título que ele ganha, porque eu gosto muito dele, somos amigos, tive o maior prazer de trabalhar com ele, e sempre falo para ele: cara, um dia nós vamos trabalhar juntos. Não sei, um dia… (não sei) quando, aonde, mas tenho certeza que um dia vou trabalhar com ele”, encerrou.
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