A maioria dos deputados da bancada da Paraíba ainda não se posicionou sobre o Projeto de Lei da Anistia, que busca anular ou revisar as penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O projeto, uma das principais bandeiras da oposição e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segue sendo debatido no Congresso, com forte polarização entre os parlamentares.
Por um lado, a oposição considera as penas aplicadas como “excessivas”, enquanto os parlamentares governistas rejeitam qualquer possibilidade de anistia, lembrando a gravidade dos eventos de 8 de janeiro e a necessidade de responsabilização dos envolvidos.
O PL 2.858/2022, de autoria do deputado federal Major Vitor Hugo (PL-GO), é o texto mais avançado no Legislativo e, para ser votado, precisa contar com a presença de pelo menos 257 deputados na sessão. A aprovação depende de uma maioria simples, ou seja, da maioria dos presentes. No entanto, a entrada do projeto em pauta depende da decisão do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos), que sofre pressão tanto de parlamentares a favor quanto contra a proposta.
De acordo com levantamento realizado pelo Jornal da Paraíba, a maioria da bancada paraibana ainda não se manifestou sobre o PL da anistia. Até o momento, o único deputado federal da Paraíba a se posicionar favoravelmente ao texto foi Cabo Gilberto (PL). Já o deputado Ruy Carneiro (Podemos) afirmou estar aberto a discutir o tema, com o objetivo de diferenciar a gravidade das condutas dos envolvidos.
Por outro lado, os deputados Gervásio Maia (PSB) e Luiz Couto (PT) se declararam contra qualquer possibilidade de anistia.
Procurados pela reportagem, os deputados Wellington Roberto (PL), Wilson Santiago (Republicanos), Damião Feliciano (União) e Romero Rodrigues (Podemos) afirmaram ainda não ter um posicionamento sobre o assunto.
Já os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP), Mersinho Lucena (PP) e Murilo Galdino (Republicanos) não responderam às perguntas enviadas pela reportagem.
Embora tenha evitado se manifestar publicamente sobre o mérito do projeto, o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou logo após sua posse que levaria o tema para ser debatido com os líderes partidários. “A pauta [de votação da Câmara] é feita pelo presidente com a participação dos líderes. E com certeza esse será um tema que será levado para essas reuniões nos próximos dias. E vamos conduzir com a maior imparcialidade possível”, afirmou Motta. Após ser procurado pela reportagem, ele não se posicionou pessoalmente sobre a questão. Uma apuração da Globo News, realizada nesta quinta-feira (27), indicou que o parlamentar não teria interesse em pautar o assunto no momento.
Redação
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