Conclave à vista. A morte do sacerdote argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, se tornou a terceira perda de um pontífice no Século XXI. Aos fiéis, Francisco deixa como legado a preocupação com os mais pobres, o compromisso com o diálogo ecumênico, e a inclusão dentro da Igreja Católica.
Além de Francisco, a Igreja católica se despediu, nas últimas duas décadas, dos papas Joseph Aloisius Ratzinger, Bento XVI, e Karol Józef Wojtyła, João Paulo II, todos marcados por lideranças significativas e visões próprias para os rumos do catolicismo.
Francisco foi o primeiro jesuíta a se tornar bispo de Roma, o primeiro das Américas e do Hemisfério Sul global, além de ser o primeiro pontífice não europeu em mais de 1,2 mil anos, desde Gregório III.
Eleito em 13 de março de 2013, Bergoglio também se tornou o primeiro papa a se chamar Francisco em referência a São Francisco de Assis que, segundo ele, faz juz à ‘simplicidade e dedicação aos pobres’.
Em sua jornada à frente do Vaticano, Francisco manteve posicionamentos tradicionais da Igreja Católica, contrários a temas como aborto, eutanasia e o casamento homoafetivo. No entanto, buscou aproximar os fiéis e promoveu o acolhimento religioso.
Bento XVI
Antes da eleição de Bergoglio, o alemão Bento XVI, então aos 85 anos, surpreendeu o catolicismo ao anunciar sua renúncia ao papado. Com a idade avançada e a falta de condições físicas como justificativa para a decisão, Ratzinger liderou a Igreja Católica até fevereiro de 2013, quando se tornou Papa Emérito.
Considerado um dos maiores teólogos da história do catolicismo, Bento XVI era tido como tradicionalista, mantendo posicionamentos conservadores da Igreja.
Após a morte de João Paulo II, de quem Ratzinger foi um dos maiores conselheiros, o alemão foi eleito pelo Conclave em abril de 2005. Ele assumiu o nome Bento, o ‘bem-aventurado’ em latim, em homenagem a Bento XV, papa durante a Primeira Guerra Mundial, e a São Bento de Núrsia, fundador da ordem beneditina.
Assim como Francisco, também foi reconhecido pela abertura do diálogo com outras religiões, como o Islamismo e o Judaísmo. Ele deixou pelo menos 600 obras publicadas, muitas de circulação restrita ao meio eclesiástico.
Um longo papado. Bento XVI sucedeu João Paulo II, nome papal do polonês Karol Józef Wojtyła, que governou a Igreja Católica entre outubro de 1978 a abril de 2005, o terceiro maior papado documentado, com 26 anos, cinco meses e 17 dias. Ele também foi o único sumo sacerdote eslavo e polonês, além de o primeiro não-italiano desde o neerlandês Adriano VI, em 1522.
João Paulo II foi considerado o primeiro papa pós-moderno, e aclamado como um dos líderes religiosos mais influentes do Século 20. O pontífice foi, também, um dos que mais viajou na história do catolicismo, tendo visitado 129 países durante seu papado. Em cada nação que chegava, ajoelhava-se e beijava o chão.

O próximo papa será eleito em breve. Pelas regras atuais do Vaticano, o Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do papa.
Redação
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