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Depois desse pontificado, a Igreja nunca mais será a mesma, diz fundador da Comunidade Shalom

O fundador da Comunidade Católica Shalom, Moysés Azevedo, está no Vaticano e pôde rezar por alguns minutos diante do corpo do papa Francisco, na basílica de São Pedro. “Ao contemplar o papa Francisco ali com suas vestes de simplicidade, de humildade, o que vinha forte no meu coração é: depois desse pontificado, a Igreja nunca mais será a mesma, porque terá a marca da misericórdia ainda mais forte, do amor de Deus para com os homens de hoje”, disse à ACI Digital.

Moysés conheceu o papa Francisco ainda como cardeal Jorge Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, Argentina. “Especialmente durante [a Conferência] de Aparecida, que pude estar também servindo como delegado”, disse. O cardeal Bergoglio foi o relator do documento final da Conferência de Aparecida, em 2007.

“E me impressionava já o cardeal Bergoglio pela sua simplicidade, humildade, mas a sua profunda piedade, uma espiritualidade profunda”, disse o fundador da Shalom.

No pontificado de Francisco, Moysés serviu no dicastério para os Leigos, Família e Vida e no dicastério para a Nova Evangelização. Ele teve alguns encontros pessoais com o papa e em eventos da Comunidade Shalom.

“Nós tivemos a graça de tê-lo dirigindo uma palavra para nós. O que fica mais forte para nós, como comunidade: o papa Francisco sempre fazia referência que nós, como comunidade, nascemos com uma coragem criativa, com uma dimensão de acolhimento e impulso missionário. Essas palavras estão gravadas no nosso coração. E desejamos encarná-la na nossa vida e na nossa missão”, disse.

Sentido de pertença a Cristo e à Igreja

Em um dos momentos em que pode rezar diante do corpo do papa Francisco na basílica de São Pedro, Moysés esteve acompanhado por padre Karlian Vale, sacerdote da Comunidade Shalom, natural de Natal (RN) e que há sete anos trabalha na Pontifícia Comissão para a América Latina, no Vaticano.

O padre Karlian tem acompanhado toda a movimentação no Vaticano desde o anúncio da morte do papa Francisco, na segunda-feira (21), e disse não ter palavras para descrever esses dias. “Viver essa experiência a partir daqui de Roma é ter a oportunidade de aumentar o meu sentido de pertença a Cristo e à Sua Igreja”, disse o padre à ACI Digital.

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Segundo o sacerdote, o anúncio da morte de Francisco na segunda-feira “foi uma grande surpresa”, principalmente depois das aparições do papa durante a Semana Santa e no Domingo de Páscoa, quando deu a bênção Urbi et orbi do balcão central da basílica de São Pedro e percorreu de papamóvel a Praça de São Pedro. “A mensagem Urbi et orbi que ele deixou foi tão significativa sobre um tema tão central do pontificado dele, da paz”, disse o padre Karlian.

Por trabalhar na cúria romana, o sacerdote teve “a oportunidade de participar de maneira mais íntima” do velório do papa. Na terça-feira (22), ele rezou diante do corpo de Francisco na capela da Casa Santa Marta. “Nós que trabalhamos aqui no Vaticano tivemos acesso. Não somente os sacerdotes, mas também os leigos que trabalham na cúria com as suas respectivas famílias. Então, iam crianças, ia o marido, a esposa e os filhos. Sacerdotes, bispos, cardeais, enfim, era uma representação do povo de Deus”, disse.

Segundo ele, “o clima na capela era de oração e de silêncio absoluto” e, “como a capela tinha um espaço considerável”, era possível “sentar ali e permanecer em oração”.

“E foi muito belo, porque no fundo da capela, por trás do altar da capela de Santa Marta, tem a inscrição ‘Vem Espírito Santo e enchei os corações dos vossos fiéis’. Então, a oração, ao menos a minha oração ali era ficar repetindo essa súplica, ‘Vem Espírito Santo e enchei os corações dos vossos fiéis’, para que o Espírito Santo possa conduzir todo esse momento que nós vivemos como Igreja”, contou.

Na quarta-feira (23) de manhã, o padre Karlian participou da transladação do corpo do papa Francisco para a basílica de São Pedro e, “mais tarde”, retornou à basílica e pôde “ficar lá cerca de uma hora” para rezar pelo papa. Para ele, “foi muito significativo” poder “participar daquele momento, estar ali orando e suplicando a Deus, não só pela alma do papa, mas também por toda a Igreja”.

O sacerdote disse que também pôde “contemplar” o grande número de pessoas que chegam ao Vaticano para se despedir de Francisco, “unindo-se, então, a uma Igreja que agradece pelo pastor que partiu e, ao mesmo tempo, suplica a Deus que suscite sempre pastores segundo o Seu coração para a Igreja”.

“Claro que há sempre aqueles que vão um pouco por curiosidade, ou os que estavam em Roma por acaso, não necessariamente católicos ou com um sentido profundo de fé. Mas, a grande maioria das pessoas está aqui pela fé”, disse, ao ressaltar a grande presença de peregrinos que foram para o Jubileu dos Adolescentes e para a canonização do beato Carlo Acutis, que aconteceria no domingo (27). “Então, são pessoas com uma vivência de fé e que estão vivendo um espírito de oração, um espírito de muita devoção”, completou.

FONTE: ACI Digital