29 de abr de 2025 às 09:09
As orientações sinodais são “um caminho que continuaremos a percorrer no seio da conferência episcopal”, disse o bispo de Leiria-Fátima, dom José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), ontem (28), na abertura da 211ª assembleia plenária da entidade, em Fátima.
Dom Ornelas lembrou que algumas semanas antes de sua morte, quando ainda estava internado no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, o papa Francisco aprovou “o processo de acompanhamento e avaliação da fase de implementação do Sínodo sobre a Sinodalidade e convocou uma inédita Assembleia Eclesial para outubro de 2028”. Com isso, considerou, Francisco deu “sinais claros de um caminho que se desejava irreversível para a renovação eclesial”.
O presidente da CEP recordou também que em janeiro deste ano foi realizado em Portugal o Encontro Sinodal Nacional e, desde então, equipes sinodais diocesanas “têm vindo a desenvolver um trabalho de proximidade com os agentes pastorais, de forma a dar a conhecer o Documento Final do Sínodo e promover a integração das orientações sinodais na vida das comunidades”.
Segundo dom Ornelas, esse caminho será continuado em Portugal “com a realização das próximas jornadas pastorais, em junho”. “Em conjunto com representantes das dioceses, dos institutos de vida consagrada, dos movimentos e dos organismos nacionais da CEP, aprofundaremos o espírito sinodal e refletiremos sobre os nossos processos de atuação e implementação concreta do documento sinodal, segundo as recentes orientações da Igreja”, disse.
“É juntos que poderemos efetivamente caminhar para uma Igreja onde se respire a alegria do Evangelho, na participação corresponsável de todos na vida e na missão das comunidades, a nível das paróquias, Dioceses e da Igreja no nosso país”, completou.
Em memória do papa Francisco
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No início de seu discurso, dom Ornelas disse que a assembleia plenária acontece em um “ambiente de luto pela partida do papa Francisco”, mas também como “tempo de ação de graças pelo testemunho de fé e pelo caminho sinodal de transformação renovadora que imprimiu à Igreja”, que se deu “a partir do acolhimento, da escuta mútua e do discernimento no Espírito, como fundamento da missão comum e corresponsável de todos no anúncio transformador do Evangelho, a começar pelos mais pobres”.
O bispo de Leiria-Fátima disse ser “grande e mobilizador o legado” deixado pelo papa Francisco, “como caminho iniciado que precisa ser continuado, como ele mesmo repetia”.
“Somos, antes de mais, convidados a unir-nos, em comunhão fraterna e orante, com os cardeais eleitores em Roma, pedindo que Deus dê à sua Igreja um novo sucessor de Pedro, que continue a ser expressão da presença do Espírito que a une, conduz e envia, como fermento e semente de transformação do mundo na fraternidade, na justiça e na Paz, para ‘todos, todos, todos’” disse, repetindo a expressão usada pelo papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023, em Lisboa, quando disse que “na Igreja há lugar para todos”.
Assembleia Plenária
A Assembleia Plenária da CEP segue até quinta-feira (1º). Ontem (28), os bispos celebraram uma missa em sufrágio pela alma do papa Francisco, no santuário de Fátima.
A agenda da assembleia inclui também: informações e propostas de comissões episcopais e delegados da CEP; reflexão em “estilo sinodal” sobre a situação dos seminários; proposta de documentos – Liturgia viva da Igreja, o primado da pessoa e da sua consciência, e a família; o processo sinodal, com informação e seguimento 2025-2028; o Jubileu 2025, com partilha e proposta de celebração comum; a proteção de menos e adultos vulneráveis, sobre a situação do processo de compensações financeiras; nomeações para vários órgãos da CEP; e relatório de contas 2024 do Secretariado Geral da CEP.
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