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Ouçam o grito da criação e da “humanidade dominada pelo ódio”, diz cardeal Gugerotti

O prefeito emérito do Dicastério para as Igrejas Orientais da Santa Sé, cardeal Claudio Gugerotti, disse hoje (2), na sétima missa de Novendiales, nove dias de missas oferecidas pela alma do papa, que a criação, da qual a humanidade faz parte, clama porque o ódio desvalorizou o valor da vida.

“Ao nosso redor, ouvimos o grito da criação e, nela, o grito daquele destinado à glória e que é o próprio fim para o qual a criação foi querida: a pessoa humana”, disse o cardeal.

“A terra clama, mas clama sobretudo uma humanidade dominada pelo ódio, que por sua vez é fruto de uma profunda desvalorização do valor da vida, que, como ouvimos, para nós cristãos é participação na família de Deus, até à concorporeidade e à consanguinidade com Cristo Senhor, que celebramos nesse sacramento da Eucaristia”, disse dom Gugerotti.

O arcebispo italiano, que será um dos cardeais eleitores do conclave, disse também em sua homilia que a humanidade luta para expressar “em seu grito, sua oração e sua invocação ao Deus da vida”.

É então, disse o cardeal, que “o Espírito intervém em nós e transforma os nossos silêncios rochosos e as nossas lágrimas não ditas numa invocação ao nosso Deus, com gemidos inexprimíveis ou, como também pode ser traduzido, com gemidos não ditos, isto é, silenciosos”.

“O papa Francisco nos ensinou a ouvir o grito da vida violada, a assumi-lo e apresentá-lo ao Pai, mas também a trabalhar para aliviar concretamente a dor que esse grito evoca, onde quer que estejamos e nas infinitas maneiras pelas quais o mal nos enfraquece e destrói”, disse dom Gugerotti.

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O cardeal Gugerotti também falou sobre a celebração da ressurreição, fenômeno que não é intrínseco à natureza humana, mas na verdade “é Deus quem nos ressuscita, por meio de seu Espírito”.

Ele também elogiou a presença na missa de “alguns padres e filhos das Igrejas Orientais Católicas”, cuja presença testemunha “a riqueza de sua experiência de fé e o grito de seu sofrimento, oferecido pelo eterno descanso do papa”. Ele também ofereceu vários gestos de boa-vontade aos católicos orientais.

Ele lembrou que o papa Francisco incluiu o monge armênio são Gregório de Narek entre os doutores da Igreja.

“O papa Francisco, que nos ensinou a amar a diversidade e a riqueza da expressão humana, hoje creio que está feliz em nos ver juntos em oração por ele e por sua intercessão”, disse o cardeal.

Dom Gugerotti exortou os fiéis ocidentais a se comprometerem a acolher seus irmãos e irmãs no Oriente que “são forçados a deixar suas antigas terras, que eram a Terra Santa, para salvar suas vidas e ver um mundo melhor”, e a ajudá-los a “preservar a especificidade de sua contribuição cristã, que é parte integrante do nosso ser como Igreja Católica”.

FONTE: ACI Digital