7 de mai de 2025 às 06:14
O cardeal Giovanni Battista Re, que celebrou missa de eleição do papa antes do início do conclave, implorou a luz do Espírito Santo para eleger o papa “de que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história”.
Hoje, 7 de maio, começa o conclave para a eleição do novo papa. Antes dos 133 cardeais se trancarem na Capela Sistina na tarde de hoje para eleger o próximo papa, a Missa Pro eligendo Pontifice (Para a Eleição do Pontífice) ocorreu às 10h (5h em Brasília), na Basílica de São Pedro.
A missa foi celebrada pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, que aos 91 anos não tem mais direito de voto, mas foi o responsável por esta última homilia antes do início do conclave.
Todos os cardeais, eleitores e não eleitores, participaram da missa, juntamente com muitos bispos e uma multidão de fiéis.
Os cardeais entraram em procissão solene na ordem de diáconos, padres e bispos.
Implorar a luz e a força do Espírito Santo
No início da homilia, o cardeal centrou sua reflexão na cena de Pentecostes, narrada nos Atos dos Apóstolos (cf. At 1,14), para destacar que, como os apóstolos de então, também os cardeais se encontram “sob o olhar da Virgem” e acompanhados por todo o Povo de Deus, que “está unido a nós no sentido da fé, no amor ao papa e na esperança confiante”.
“Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar sua luz e sua força, a fim de que seja eleito o Papa de que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história”, continuou.
“Deixar de lado qualquer consideração pessoal”
Ele disse que invocar o Espírito Santo “é a única atitude justa e necessária” diante de um ato de “máxima responsabilidade humana e eclesial”.
Segundo o cardeal, os eleitores enfrentam uma “escolha de excepcional importância; um ato humano pelo qual se deve deixar de lado qualquer consideração pessoal, tendo na mente e no coração apenas o Deus de Jesus Cristo e o bem da Igreja e da humanidade”.
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Comentando o evangelho de são João — Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei — (Jo 15, 12), ele disse que o novo mandamento de Jesus “transforma positivamente e amplia a exortação do Antigo Testamento, que dizia: ‘Não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti’.
O amor que muda o mundo
“O amor que Jesus revela não conhece limites e deve caracterizar os pensamentos e ações de todos os seus discípulos, que devem sempre demonstrar amor autêntico em seu comportamento e empenhar-se na construção de uma nova civilização”, acrescentou.
O “amor é a única força capaz de mudar o mundo”, continuou ele. Jesus “nos lembrou que a qualidade fundamental dos pastores é o amor, até a entrega total”.
O cardeal lembrou que essa caridade deve ser a qualidade fundamental de todo pastor: “Não é uma comunhão autorreferencial, mas totalmente orientada para a união entre as pessoas, os povos e as culturas”, disse.
“A eleição do novo papa não é uma simples sucessão de pessoas”
No final da homilia, o cardeal decano destacou a profunda dimensão do evento que se aproxima: “O Papa continua a encarnar Pedro e sua missão e, dessa forma, representa Cristo na terra; ele é a rocha sobre a qual a Igreja é construída”.
“A eleição do novo Papa não é uma simples sucessão de pessoas, mas é sempre o Apóstolo Pedro que retorna”, disse.
Nesta homilia, as últimas palavras que os cardeais ouvirão antes de se trancarem na Capela Sistina, o cardeal Re os exortou a rezar “para que o Espírito Santo, que nos últimos cem anos nos deu uma série de Pontífices verdadeiramente santos e notáveis, nos conceda um novo Papa segundo o coração de Deus, para o bem da Igreja e da humanidade”.
Ele também pediu que as pessoas rezem para que Deus “conceda à Igreja o Papa que melhor saiba despertar as consciências de todos e as energias morais e espirituais na sociedade atual, caracterizada por um grande progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus”.
Por fim, ele pediu a intercessão da Virgem Maria, Mãe da Igreja, “para que o Espírito Santo ilumine as mentes dos cardeais eleitores e os torne concordes na eleição do Papa de que o nosso tempo necessita”.
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