Investigações conduzidas no escândalo que atingiu milhares de aposentados e pensionistas no país desde 2016 — com prejuízo estimado em R$ 6 bilhões — encontraram semelhanças com um esquema investigado na Paraíba no fim do ano passado, no âmbito da “Operação Retomada”, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba.
O elo entre os dois casos é a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB), entidade que aparece como alvo em ambas as investigações. No caso nacional, conduzido pela Polícia Federal com atuação conjunta da Advocacia-Geral da União (AGU), a AAPB é alvo de um pedido judicial que visa bloquear R$ 2,5 bilhões — valor que, segundo a AGU, poderia futuramente ser destinado à reparação das vítimas.
Já na Paraíba, a AAPB foi citada em um esquema que envolvia supostas fraudes em procedimentos na Comarca de Gurinhém. A “Operação Retomada”, realizada em dezembro de 2023, resultou em mandados de busca e apreensão e no afastamento do juiz Glauco Coutinho, por determinação judicial válida por um ano. Três advogados também são investigados no caso paraibano.
Apesar de não haver ligação direta entre os grupos investigados nos dois casos, os investigadores apontam semelhanças nos modos de atuação. Na Paraíba, o suposto esquema utilizava ações judiciais coletivas para suspender empréstimos consignados, abrindo espaço para novos financiamentos. Além disso, há suspeitas de que acordos coletivos foram firmados sem o pleno conhecimento das vítimas, gerando descontos indevidos nos contracheques de aposentados e pensionistas.
No caso nacional, a atuação da AAPB também teria ocorrido de forma administrativa, burlando controles do INSS e facilitando o acesso de instituições financeiras às margens consignáveis de milhares de beneficiários.
Com os novos indícios, as equipes de investigação em âmbito estadual e federal estão compartilhando informações na tentativa de aprofundar as coincidências e verificar se há, de fato, uma atuação articulada ou inspirada entre os grupos envolvidos. A apuração segue sob sigilo.
PB Agora
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