O que há de fato — e o que é boato — nesse aparente desencontro de agendas entre o governador João Azevêdo e o presidente Lula?
Enquanto João confirmou, desde a segunda-feira (12), a inauguração do Centro de Convenções de Campina Grande para a próxima quarta-feira (21), com direito a shows, presença de autoridades e celebração de uma das maiores obras recentes da cidade, a visita de Lula ao Sertão passou a ser cogitada dois dias depois, na quarta (14), para a mesma data e praticamente no mesmo horário.
O presidente irá a Cachoeira dos Índios para entregar um trecho do Ramal do Apodi, parte da Transposição do São Francisco. A obra é federal, mas o evento em Campina Grande também envolve recursos da União. Dois compromissos relevantes, 400 km de distância entre eles, e uma ausência inevitável: João não estará com Lula, e Lula não estará com João.
A dúvida que se impõe agora é se o governador enviará o vice Lucas Ribeiro para representá-lo em Campina, enquanto ele próprio se desloca ao Sertão para prestigiar o presidente — ou se cada um seguirá com sua agenda paralela, selando o que parece ser um descompasso de articulação entre governos aliados.
A situação chama atenção pelo simbolismo: aliados políticos, em sintonia administrativa, com agendas importantes no mesmo dia e nenhuma sinalização pública de tentativa de conciliação.
O Ministério do Turismo foi convidado para a inauguração em Campina. Já a obra no Sertão é ligada ao Ministério da Integração. Ou seja, os dois eventos envolvem Brasília e a Paraíba, mas sem coordenação entre os dois palácios.
O que parece um ruído de comunicação pode se tornar um gesto político mal interpretado — tanto pela base aliada quanto pelo eleitorado. Afinal, em política, a ausência também fala.
PB Agora
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