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Leão XIV diz restaurar a plena comunhão entre os cristãos é uma prioridade

O papa Leão XIV disse hoje (19) aos representantes de outras denominações cristãs que um de seus “deveres prioritários” é a busca pela restauração da plena comunhão cristã.

“Como Bispo de Roma, considero ser um dos meus deveres prioritários procurar o restabelecimento da comunhão plena e visível entre todos aqueles que professam a mesma fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo”, disse o papa.

Estiveram presentes na audiência Sua Santidade Bartolomeu I, patriarca Ecumênico de Constantinopla; Sua Beatitude Teófilo III, patriarca ortodoxo Grego de Jerusalém; e Sua Santidade Mar Awa III, patriarca da Igreja Assíria do Oriente. Esses líderes cristãos também estiveram presentes ontem (18) na missa inaugural do pontificado de Leão XIV, em que também estiveram presentes vários representantes de outras religiões: judeus, muçulmanos, hindus, budistas, sikhs, zoroastrianos e jainistas. 

Papa Leão XIV em audiência hoje (19) no Vaticano. Vatican Media
Papa Leão XIV em audiência hoje (19) no Vaticano. Vatican Media

O papa falou também sobre o legado do primeiro concílio ecumênico, a reunião de bispos cristãos em 325 d.C. em Niceia (atual İznik, Turquia), que lançou as bases para chegar a um consenso na Igreja por meio de uma assembleia representando toda a cristandade. 

“Esse concílio representa um marco na elaboração do Credo partilhado por todas as Igrejas e Comunidades eclesiais”, disse Leão XIV. “Enquanto estamos a caminho de restabelecer a plena comunhão entre todos os cristãos, reconhecemos que essa unidade só pode ser a unidade na fé”.

O Concílio de Nicéia, que fará 1,7 mil anos no ano que vem, foi um momento-chave do cristianismo.

O papa disse que sua preocupação pela unidade “sempre foi constante”. Esse compromisso é demonstrado pelo lema do seu ministério episcopal: In Illo uno unum (Nele que é um, somos um), expressão de santo Agostinho de Hipona de uma homilia sobre o Salmo 127. 

“A nossa comunhão realiza-se efetivamente na medida em que convergimos no Senhor Jesus Cristo”, disse Leão XIV. “Quanto mais formos fiéis e obedientes a Ele, mais unidos estaremos entre nós. Portanto, como cristãos, somos chamados a orar e a trabalhar juntos para alcançar gradualmente esse objetivo, que é e sempre será obra do Espírito Santo”.

Comprometidos com a sinodalidade 

“Ciente de que sinodalidade e ecumenismo estão intimamente ligados, desejo reafirmar minha intenção de dar continuidade ao compromisso do papa Francisco em promover o caráter sinodal da Igreja Católica e desenvolver formas novas e concretas para uma sinodalidade cada vez mais intensa no âmbito ecumênico”, disse Leão XIV em seu discurso.

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Para o papa, o “caminho comum” do diálogo inter-religioso “pode e deve ser entendido também em sentido amplo, envolvendo todos, no espírito de fraternidade humana”. 

Contra o condicionamento ideológico

O papa então falou sobre os “condicionamentos ideológicos e políticos”, ressaltando que só superando-os as pessoas poderão ser verdadeiramente eficazes em dizer “não à guerra”.

Do mesmo modo, ele instou as pessoas a dizerem “sim à paz”, “não à corrida armamentista”, “sim ao desarmamento”, “não a uma economia que empobrece os povos e a Terra” e “sim ao desenvolvimento integral”.

“O testemunho da nossa fraternidade, que espero possamos demonstrar com gestos eficazes, contribuirá certamente para a construção de um mundo mais pacífico, como todos os homens e mulheres de boa vontade desejam em seu coração”, disse Leão XIV.

“O tempo presente é de diálogo e de construção de pontes. Por isso, congratulo-me e agradeço a presença dos representantes de outras tradições religiosas, que partilham a busca de Deus e da sua vontade, que é sempre e simplesmente a vontade de amor e de vida para os homens e as mulheres e todas as criaturas”, disse também o papa. 

Assim, Leão XIV reafirmou um dos pontos-chave do pontificado do papa Francisco: a fraternidade universal. “A esse respeito, o Espírito Santo realmente ‘impulsionou-o’ para fazer avançar a passos largos a abertura e as iniciativas já empreendidas pelos Pontífices precedentes, sobretudo a partir de são João XXIII. O papa da irmandade promoveu o caminho ecumênico e o diálogo inter-religioso, e fez isso sobretudo cultivando as relações interpessoais, de tal modo que o traço humano do encontro foi sempre valorizado, sem diminuir em nada os vínculos eclesiais”, disse o papa. 

Leão XIV também falou de “notáveis esforços” do papa Francisco para promover o diálogo inter-religioso e fez uma “saudação especial” aos judeus. 

“Devido às raízes judaicas do cristianismo, todos os cristãos têm uma relação especial com o judaísmo”, disse o papa.

Ele então citou a declaração Nostra aetate , documento do Concílio Vaticano II, promulgado em 28 de outubro de 1965 pelo papa são Paulo VI, que destaca a grandeza da herança espiritual comum entre cristãos e judeus, incentivando o conhecimento e a estima mútuos.

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“O diálogo teológico entre cristãos e judeus, que é sempre importante, eu tomo-o muito a peito. Mesmo nestes tempos difíceis, marcados por conflitos e incompreensões, é necessário prosseguir com coragem este nosso precioso diálogo”, concluiu Leão XIV.

FONTE: ACI Digital