Hoje é dia da beata Ana de São Bartolomeu, discípula de santa Teresa de Jesus

7 de jun de 2025 às 00:01

Hoje (7) é dia da beata Ana de São Bartolomeu, freira carmelita, mística e discípula de santa Teresa de Jesus. Irmã Ana promoveu a expansão da reforma carmelita descalça na França e na Holanda.

Ela foi proclamada a “Libertadora de Antuérpia”, Bélgica, porque a antiga cidade de Flandres, que havia sido palco de conflitos entre católicos e protestantes durante parte do século XVI, alcançou paz e prosperidade graças à fundação do mosteiro carmelita descalço liderado pela beata Ana.

O mosteiro deu nova vida à cidade, chamada nos séculos anteriores de “a mais bela das cidades”. Antuérpia seria mais tarde salva da destruição pelas mãos dos holandeses, graças aos católicos que se confiaram à beata Ana.

Tempos difíceis

Ana de São Bartolomeu nasceu em 1º de outubro de 1549, como Ana García Manzanas, em Almendral de la Cañada, em Toledo, Espanha.

Ela viveu durante o período conhecido como “século de ouro” espanhol, quando os primeiros grandes esforços de evangelização estavam ocorrendo nas Américas, no novo continente. A Espanha estava envolvida em uma batalha dura e sangrenta no contexto do que é conhecido como as “guerras de religião”, causadas pelo avanço do protestantismo.

A Igreja Católica promoveu a Contrarreforma, que atingiu seu ápice no Concílio de Trento. O Concílio, entre outras medidas, promoveu a reforma das ordens religiosas como meio de renovar o catolicismo e confrontar as ideias protestantes.

Curada pela intercessão do apóstolo Bartolomeu

Ana cresceu e desenvolveu o senso de um possível chamado à vida religiosa. No entanto, em determinado momento, sua saúde piorou e ela adoeceu gravemente. Seus irmãos e familiares ficaram profundamente preocupados, então decidiram rezar uma novena ao apóstolo são Bartolomeu para pedir sua cura.

Em 24 de agosto de 1570, dia da festa do apóstolo, Ana foi levada a um eremitério dedicado a ele e foi milagrosamente curada. Naquele mesmo ano, totalmente recuperada, entrou para o convento de São José de Ávila como irmã leiga e escolheu são Bartolomeu como seu padroeiro, cujo nome adotaria como carmelita descalça.

Santa Teresa d’Ávila e o espírito da reforma

Como noviça, conheceu santa Teresa de Jesus, promotora da reforma carmelita. A doutora da Igreja aprovou sua profissão e tomou os seus votos em 15 de agosto de 1572. Depois, ela a nomeou sua secretária pessoal.

Ela aprendeu a escrever com precisão de forma milagrosa. Sempre foi conhecida por sua extraordinária caridade, sua união mística com Deus e sua bondade para com o próximo.

Depois da morte de santa Teresa, a irmã Ana de Bartolomeu iniciou a missão que a levaria à França, Bélgica e Holanda, fundando conventos e deixando belos testemunhos de sua virtude em muitos lugares.

Em sua autobiografia, escrita por obediência, ela registrou as abundantes graças que desfrutou durante sua vida, especialmente os dons místicos que o Senhor lhe concedeu. Não faltam relatos de suas lutas contra os ataques e tentações do demônio.

Ela tinha o dom da bilocação. Ao saber que seu confessor, padre João de São Cirilo, estava prestes a morrer, rezou por ele e, de repente, viu-se ao seu lado, aconselhando sua enfermeira. Ela também tinha o dom de conhecer as almas, o que lhe servia muito bem para dar conselhos espirituais e ajudar aqueles que a procuravam com suas orações.

Em 1624, a irmã Ana de São Bartolomeu sofreu um derrame, do qual nunca se recuperou totalmente. Em 7 de junho de 1626, depois de receber a unção dos enfermos e a eucaristia, ela caiu em êxtase por alguns minutos e entregou sua alma em paz.

Ana de São Bartolomeu foi beatificada em 1917 pelo papa Bento XV.