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Quase um mês depois do início do seu pontificado, Leão XIV encoraja a “plena unidade visível dos cristãos”

Com quase um mês de pontificado, o papa Leão XIV recebeu hoje (7) no Vaticano os participantes do Simpósio “Niceia e a Igreja do Terceiro Milênio: Rumo à unidade Católico-Ortodoxa”, por ocasião do 1700º aniversário do Concílio de Niceia, que será celebrado neste ano, e expressou o seu desejo de uma “plena unidade visível dos cristãos”.

No início do seu discurso, o papa pediu desculpas aos presentes por seu “atraso” e também pediu-lhes “paciência” para com ele.

“Ainda não passou um mês desde que assumi o novo cargo, por isso, há ainda muito para aprender. No entanto, estou muito feliz por estar aqui convosco esta manhã.”, disse o papa, eleito em 8 de maio deste ano.

O Papa expressou a sua alegria pelo fato do Simpósio, organizado conjuntamente pelo Œcumenicum – da Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino (Angelicum), em Roma – e pela Associação Teológica Ortodoxa Internacional, estar “resolutamente orientado para o futuro”.

Nicéia “é basilar para o caminho comum que católicos e ortodoxos”

“O Concílio de Niceia não é apenas um acontecimento do passado, mas uma bússola que deve continuar a guiar-nos em direção à plena unidade visível dos cristãos”, disse Leão XIV.

“O Primeiro Concílio Ecumênico é basilar para o caminho comum que católicos e ortodoxos empreenderam juntos desde o Concílio Vaticano II. Para as Igrejas Orientais, que o comemoram no seu calendário litúrgico, o Concílio de Niceia não é apenas um Concílio entre outros ou o primeiro de uma série, mas o Concílio por excelência, que promulgou a norma da fé cristã, a confissão de fé dos “318 Padres’”, sublinhou.

O papa destacou que os três temas abordados pelo simpósio “são especialmente relevantes para o nosso caminho ecumênico”. Sobre o primeiro deles, a fé de Niceia, o papa disse estar “convencido de que, voltando ao Concílio de Niceia e haurindo juntos desta fonte comum, poderemos ver sob uma luz diferente os pontos que ainda nos separam”.

“Através do diálogo teológico e com a ajuda de Deus, compreenderemos melhor o mistério que nos une. Celebrando unidos esta fé nicena e proclamando-a em conjunto, avançaremos também para a restauração da plena comunhão entre nós”, frisou.

Ecumenismo e sinodalidade

Sobre o segundo tema, a sinodalidade, Leão XIV destacou que “o Concílio de Niceia inaugurou um caminho sinodal para a Igreja dar seguimento às questões teológicas e canónicas a nível universal”.

“O contributo dos delegados fraternos das Igrejas e comunidades eclesiais do Oriente e do Ocidente para o recente Sínodo sobre a sinodalidade, realizado aqui no Vaticano, foi um estímulo valioso para uma reflexão ainda maior sobre a natureza e a prática da sinodalidade”.

“O Documento Final do Sínodo observou que ‘o diálogo ecuménico é fundamental para desenvolver a compreensão da sinodalidade e da unidade da Igreja’ e prosseguiu encorajando o desenvolvimento de ‘práticas sinodais ecuménicas, até mesmo formas de consulta e discernimento sobre assuntos de interesse comum e urgente'”, acrescentou.

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O papa também expressou a esperança de que “a preparação e a comemoração conjunta do 1700º aniversário do Concílio de Niceia sejam uma ocasião providencial ‘para aprofundar e confessar juntos a fé cristológica e para pôr em prática formas de sinodalidade entre os Cristãos de todas as tradições’”.

Uma data comum para a Páscoa

Em relação ao terceiro tema do simpósio, “relacionado com a data da Páscoa”, o papa recordou que “um dos objetivos do Concílio de Niceia era estabelecer uma data comum para a Páscoa, a fim de exprimir a unidade da Igreja”.

O papa lamentou que “as diferenças nos calendários” usados por católicos e ortodoxos – Gregoriano e Juliano, respetivamente – “já não permitem que os cristãos celebrem juntos a festa mais importante do ano litúrgico, causando problemas pastorais nas comunidades, dividindo as famílias e enfraquecendo a credibilidade do nosso testemunho do Evangelho”.

“Foram propostas várias soluções concretas que, respeitando o princípio de Niceia, permitiriam aos cristãos celebrar juntos a “Festa das Festas”. Neste ano, em que todos os cristãos celebraram a Páscoa no mesmo dia, reafirmo a abertura da Igreja Católica para procurar uma solução ecuménica que favoreça a celebração comum da ressurreição do Senhor e dê assim maior força missionária ao nosso anúncio do ‘nome de Jesus e da salvação que nasce da fé na verdade do Evangelho’’”.

Recordando um trecho da oração pela unidade dos cristãos, do padre francês Paul Couturier, Leão XIV disse, no final do encontro, que “que a unidade pela qual os cristãos anseiam não será, em primeiro lugar, fruto dos nossos próprios esforços, nem se realizará através de qualquer projeto ou modelo preconcebido. Pelo contrário, a unidade será um dom recebido ‘como Cristo quiser e pelos meios que Ele quiser’ e “mediante a ação do Espírito Santo”.

Ao final da audiência, o papa fez uma oração com um “texto inspirado pela tradição oriental”:

“Ó Rei Celestial, Consolador, Espírito da Verdade,

Que estais em toda a parte e preencheis todas as coisas;

Tesouro de Bênçãos e Doador da Vida,

Vinde habitar em nós, purificai-nos de toda a impureza

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e salvai as nossas almas, ó Único Bem”.

FONTE: ACI Digital