Dez mil fiéis celebram a solenidade de Pentecostes em Olinda e Recife

9 de jun de 2025 às 14:46

Cerca de dez mil fiéis participaram ontem (8) da solenidade de Pentecostes da arquidiocese de Olinda e Recife no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (Geraldão), com orações, shows religiosos e a solene missa de Pentecostes, celebrada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson.

“Revivemos neste ginásio o Pentecostes perene da Igreja”, disse dom Paulo Jackson no início da missa. “No dia de Pentecostes, o poder do Espírito Santo foi derramado abundantemente sobre os apóstolos reunidos em oração no Cenáculo” e assim começou “a missão da Igreja”, naqueles “homens medrosos e trancados naquela casa”, que “abrem-se ao mundo para anunciar a boa notícia do Reino”.

Durante sua homilia, dom Jackson falou também sobre “os dados religiosos do Censo de 2022” publicados na sexta-feira, 6 de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “especialmente aos que se declaram sem religião e aos que se afastaram da Igreja Católica”. Para o arcebispo, isto significa que a arquidiocese de Olinda e Recife tem “uma grande tarefa pela frente, uma grande missão!”.

“São mais de 15% os que se declaram sem nenhuma religião nos 19 municípios e no território de Fernando de Noronha” e “chegam a mais de 20% em municípios como: Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Itapissuma e o arquipélago do Fernando de Noronha”.

“Nossa tarefa é imensa”, declarou o arcebispo.

Segundo os dados do Censo Demográfico 2022, o catolicismo é a religião mais presente nas cinco regiões do país. A região brasileira com maior percentual de católicos é o Nordeste, com 63,9% da população. O Estado onde mais pessoas se declararam católicas é o Piauí com 77,43%. Pernambuco, tem o percentual de 58,82% de católicos.

“Muitas vezes, nós pensamos que os resultados positivos da nossa missão, a fecundidade ou a eficácia do nosso trabalho missionário, como se eles decorressem principalmente do nosso planejamento, da nossa capacidade técnica, da eficácia dos nossos esquemas pastorais ou da eficiência da riqueza e diversidade da programação de atividades”, disse dom Jackson. “Não é que devamos não planejar ou não preparar a ação missionária, ao contrário! Antes de qualquer ação da nossa parte é necessária a abertura à graça do Espírito Santo! É o Espírito Santo o grande protagonista da missão! Antes da nossa ação, antes de qualquer movimento do nosso agir existe a moção do Espírito. Como disse uma vez, o papa Bento XVI: “As raízes do nosso ser e do nosso agir estão no silêncio sábio e providente de Deus””.

Dom Paulo ainda enfatizou que “quando os seres humanos querem construir um projeto somente fundamentado na racionalidade e na sua habilidade técnica o resultado é desastroso”.

“Não podemos prescindir de Deus! Não podemos eliminá-lo como se Ele não fosse importante. É o Espírito Santo de Deus que transforma a confusão em comunhão e revela a presença santificadora de Deus em nossas vidas”, pontuou o arcebispo declarando que, “sem o Espírito Santo, a Igreja é semelhante a um clube de amigos”.

“Mas como penetrar no mistério do Espírito?!”, indagou o arcebispo respondendo que “na última ceia, o coração dos discípulos está entristecido exatamente porque Jesus lhes fala de sua partida, de sua morte e fala também do ódio do mundo das tribulações e perseguições”, mas que “Jesus também diz que não nos abandonará que estará conosco até o fim dos tempos – que o Espírito Santo suscita em nós a inteligência da fé e a alegria do Evangelho” e “Ele não nos deixa órfãos!”, pois “nos envia o Espírito, o Paráclito, o consolador, o advogado”.

“E é esse Espírito que nos dá a conhecer o seu amor, o amor do Pai e do Filho que envolve e abraça a Igreja. É esse o grande mistério de Pentecostes”, disse.