9 de jun de 2025 às 16:21
“Estamos chegando em mais um momento histórico na causa do padre Cícero”, disse o bispo de Crato, dom Magnus Henrique Lopes, na celebração da missa do fim da fase diocesana da causa de beatificação do servo de Deus padre Cícero Romão Batista, encerrada no sábado, 7 de maio na basílica Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte (CE).
A fase diocesana do processo de beatificação do servo de Deus padre Cícero Romão Batista começou em 30 de novembro de 2022 que analisa os documentos, virtudes heroicas e de santidade do padre Cícero. Se o parecer for favorável, ele poderá ser considerado venerável.
Dom Magnus também colocou “diante do altar de Deus” com “gratidão” todos “aqueles que trabalharam, rezaram e ajudaram” ou “que se fizeram presentes de uma forma ou de outra, neste grande processo, desde o primeiro momento”.
“Hoje, celebramos a possibilidade de termos no altar da Igreja, alguém que há muito já está no coração do povo”, destacou dom Magnus em sua homilia. “Um dia de esperança para o povo nordestino e de consolação para todos aqueles que, geração após geração, conservaram no coração uma fé simples, forte e fecunda. Nutridas pelas palavras e pelos gestos, pela vida, pelo testemunho do padre Cícero Romão Batista”.

“Louvamos a Deus porque em sua infinita ternura quis manifestar Sua santidade na figura humilde, firme do padre Cícero. Pastor do povo, homem da reconciliação, consolador dos pobres e amigo dos pecadores. Diante dele, que foi para tantos sinal visível da misericórdia Divina, deixamo-nos tocar por um mistério mais profundo”, disse o bispo.
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Padre Cícero foi “sacerdote da esperança, servo e amigo fiel do coração de Jesus”, disse dom Magnus chamando à atenção “para a sociedade” que, “aonde o mundo não conseguia vislumbrar a alegria, a esperança, a paz e o crescimento, padre Cícero conseguia vislumbrar um terreno sagrado. Um lugar da promessa e do povo escolhido”.
Juazeiro do Norte, cidade fundada pelo padre Cícero, tem 81,14% de sua população formada por católicos. Crato, cidade onde o servo de Deus nasceu, tem 81,29% de católicos, segundo os dados do Censo 2022 divulgados na semana passada. No Brasil como um todo, essa taxa é de 56,75%.
Ao final da missa, foi realizado o rito de encerramento da fase diocesana da causa de beatificação do padre Cícero Romão Batista no presbitério da basílica, com a apresentação, o juramento dos membros da comissão histórica e o selamento de toda documentação do inquérito sobre a vida, as virtudes e a fama de santidade do servo de Deus. Ao todo são dez volumes que foram distribuídos em seis caixas, que serão entregues ao Dicastério para as Causas dos Santos, no Vaticano.
Padre Cícero
Padre Cícero Romão Batista nasceu em 1844, em Crato (CE). Foi ordenado padre em 1870, em Fortaleza. Em 1889 foi para Juazeiro do Norte (CE), onde ficou conhecido por seus supostos milagres. Em 1894, a Santa Sé o puniu com a suspensão da ordem, por manipular a crença popular. Em 1898, inconformado com a situação, foi ao Vaticano pedir ao papa Leão XIII a revogação de sua pena. Saiu de lá com a vitória, mas o bispo não aceitou e pediu revisão do resultado. Desde então o padre Cícero viveu rompido com a Igreja.
Em 1911, tornou-se prefeito de Juazeiro e realizou várias melhorias. Ele permaneceu nesta função por 12 anos. Ele morreu aos 90 anos, no dia 20 de julho de 1934 ainda rompido com a igreja católica. Em 2015, por decisão do papa Francisco, padre Cícero foi reconciliado com a igreja. A partir daí seu processo de beatificação foi aberto no dia 30 de novembro de 2022, na basílica Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte (CE).
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