Em entrevista ontem (08), ao jornal Correio Braziliense, o presidente da Câmara pontuou que é chegada a hora de pautar derrubada do decreto na terça-feira (10/6) e diz que decisão será tomada pelas lideranças.
Ainda segundo a reportagem o aumento desastrado das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em maio foi o estopim para que os presidentes da Câmara e do Senado cobrassem do Executivo uma solução permanente para o descontrole de gastos. O plano de trabalho estava previsto para sair ontem em uma reunião entre o presidente da Casa Baixa, Hugo Motta (Republicanos-PB), o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A ideia do encontro de hoje é construir um acordo para bancar reformas estruturais, já que, em véspera de ano eleitoral, o Legislativo já avisou que não vai mais pagar a conta — em sentido político — da gastança do governo, que enfrenta uma crise de popularidade e aposta na expansão de programas sociais para melhorar sua imagem.
“Nos últimos dias, tivemos a oportunidade de realmente entrar nessa agenda (de reformas). E isso, penso eu, foi fortalecido, empurrado diante dessa última decisão do governo em mais uma vez anunciar aumento de impostos”, afirmou Motta, ontem, em evento do Grupo Esfera, no Guarujá (SP). Apesar de reconhecer que o crescimento desenfreado de despesas obrigatórias não começou no atual governo, ele defendeu que já é hora de resolver o problema.
“Chegamos a um ponto de inflexão. Estamos em uma encruzilhada e chegou a hora de decidir o nosso destino. Esse é um dos raros momentos em que o país precisa escolher entre adiar o inevitável ou enfrentar o inadiável”, disse o presidente da Câmara. Ele argumentou, ainda, que o país está “aprisionado” pelos “interesses de poucos em detrimento de muitos”. O modelo atual, afirmou, é de um Estado que “gasta muito, entrega pouco e cobra cada vez mais de quem produz”.
Motta afirmou ainda que a Casa pode pautar a votação de um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para revogar o aumento do IOF e que decisão será tomada por líderes partidários. Caso isso ocorra, o parlamentar projetou que o tema será levado à votação já na terça-feira.
Diante da plateia de empresários e banqueiros, o presidente da Câmara também pediu apoio para “mobilizar a sociedade” em torno do assunto, já que as medidas, segundo ele, serão autênticas para uma parcela da população. O que veio a seguir foi uma defesa enfática de uma reforma administrativa e da revisão de isenções tributárias — dos quais vários dos presentes no evento são beneficiários, direta ou indiretamente.
“Nós estamos colocando na mesa de discussão um corte nas isenções fiscais que ao longo do tempo foram dadas em nosso país. Isenções essas que chegam a um número não mais possível de suportar pelas contas do nosso país. Isenções essas que não têm o mínimo acompanhamento sobre o retorno e a contrapartida que deve ser dada por quem as recebe à nossa sociedade, à nossa população”, disparou.
Redação
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