11 de jun de 2025 às 15:30
Milhares de pessoas participaram ontem (10) da 18ª Marcha Nacional pela Vida e contra o aborto e segunda Marcha Distrital pela Vida na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com o tema: “Salvem os humanos!”
“Às vezes se salva cachorro, às vezes cria-se bonecas, e aí o ser humano está sendo desvalorizado”, disse a coordenadora arquidiocesana da pastoral familiar de Brasília, Silvia Regina Monteiro, à ACI Digital. É “muito importante” os defensores da vida se reunirem para fazerem “um barulho santo” para “que tanto a população, quanto a nossa Câmara, os nossos políticos possam estar mais atentos ao que tá acontecendo no nosso Brasil e para que a gente não aprove nunca o aborto”.
Segundo Silvia Regina, a marcha é feita sempre em um dia da semana “para que a população possa estar mais atenta ao que está acontecendo”. Para ela, “deveria ter muito mais manifestações como essa, até mesmo durante a semana, para que a população possa olhar, ter um olhar mais crítico, um olhar para o que está acontecendo no nosso país” quanto ao aborto.
O coordenador arquidiocesano da pastoral familiar de Brasília, Fábio Monteiro, marido de Silvia Regina, também disse à ACI Digital que espera que com esta marcha “os nossos governantes, os nossos cristãos tenham consciência do que é a vida” e lutem pelo “direito do nascimento”.
“É isso que nós estamos aqui nessa tarde. Reunidos para que todos possam se atentarem que temos que defender a vida”, disse Monteiro. “Todo movimento é sempre um movimento de protesto no sentido de que, alerta para aqueles que governam, ver a vontade do povo. Então realmente eu acho que esses movimentos contribuem muito para que os políticos vejam que é aquilo que a sociedade realmente quer”.
A marcha não é um movimento confessional, mas, para os católicos, começou com uma missa na catedral de Brasília, às 14h, celebrada pelo arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar Costa. Ele destacou, no início da celebração, a “participação dos católicos” com “a vida desde a sua concepção até a morte natural”.
“Sejamos homens e mulheres que promovam a vida e comprometidos com a defesa da vida”, pediu o arcebispo na homilia ressaltando que “através do nosso testemunho em defesa e em promoção da vida, nós somos discípulos e discípulas de Jesus Cristo”.

Ao final da celebração, o assessor da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Rodolfo Chagas Pinho, disse aos presentes que “a defesa, o cuidado, a promoção da vida não está nas mãos de um ou de outro”, mas “é uma identidade nossa, de discípulos e discípulas”.
“Todo batizado é vocacionado a defender, cuidar, promover a vida desde a sua concepção. Todo batizado, todo o discípulo e discípula é defensor da vida”, disse padre Rodolfo. “Todos devem ter o direito à vida. É um direito, é dom de Deus”.
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“Queremos ser o sinal de esperança para todos aqueles que estão no ventre de muitas mulheres pelo mundo inteiro e que não podem se defender, que não conseguem ainda se defender”, disse o sacerdote. “Por isso, nós não podemos colocar algo secundário na nossa caminhada de cristãos”.
Durante a marcha, a presidente do Movimento Brasil sem Aborto, Lenise Garcia disse que “não tem diferença entre um infanticídio fora do útero e um infanticídio dentro do útero”.
“Nós temos que sempre nos posicionar contra isso. E por isso nós estamos aqui pedindo: Salvem os humanos. Porque muita gente perdeu a noção da dignidade humana”.
Ela também questionou os presentes sobre “qual a razão para se matar uma criança que já pode sobreviver fora do útero e pode ser dado em adoção, se a mãe e a família não querem ficar com essa criança? Por que matá-la antes do nascimento?”, destacando que “na verdade essa é a prática, a criança é morta ainda na barriga da mãe, porque senão ela nasce viva”.
“Não percebem o quanto essas crianças merecem viver e, também o quanto essas mães que fazem o aborto vão guardar isso para o resto da sua vida”, disse Garcia.
Lenise criticou a resolução nº 258/2024 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que autoriza o aborto em meninas de até 14 anos grávidas em decorrência de estupro, independentemente do tempo de gestação e “inclusive sem conhecimento dos pais”.
“Isso é totalmente contra toda nossa legislação, mas foi aprovado nessa reunião do Conanda e há quem pense que isso deve ser colocado em prática”, expressou a presidente do Movimento Brasil Sem Aborto. “Quando uma gestante tem menos de 14 anos, é considerado que ela pode fazer o aborto sem ser punida porque isso é considerado um estupro. Porque se pensa que essa adolescente, ela não tem maturidade para consentir numa relação sexual”.
“Se ela não tem maturidade para dar a vida, como ela pode ter maturidade para tirar a vida?”, indagou Garcia.
Há no Congresso Nacional o PDL 03/2025 para sustar essa resolução. “E todos temos que apoiar isso!”, disse Lenise cumprimentando os deputados e senadores que “estão se movimentando nesse sentido”. E pediu: “Continuemos a falar em favor da vida em todos os nossos ambientes. Levemos as nossas famílias, as nossas escolas, as nossas universidades para que todos entendam o grande valor da vida”.
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