12 de jun de 2025 às 16:32
A serva de Deus, irmã Adélia, uma das videntes de Nossa Senhora em Cimbres (PE), dará nome a uma rua da comunidade da Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, no Recife. A rua conhecida como Bom Jesus da Lapa passará a se chamar rua Irmã Adélia.
Em 6 de agosto de 1936, Maria da Luz estava colhendo sementes de mamona na Aldeia Guarda, no povoado de Cimbres, com a amiga Maria da Conceição. Na época, o cangaceiro Lampião e seu bando agiam na região com roubos e assassinatos. Maria da Luz, então, perguntou à amiga o que faria se Lampião aparecesse. Maria da Conceição respondeu: “Nossa Senhora haveria de dar um jeito de nos proteger”. Em seguida, elas viram no alto da serra a imagem de uma mulher com uma criança nos braços que acenava para que elas se aproximassem.
Ao retornarem para casa, narra o site oficial da Irmã Adélia, as meninas contaram a história para os pais de Maria da Luz. “Inicialmente, os dois não acreditaram e Arthur foi com as meninas até o local da aparição, que era de difícil acesso. Chegando lá, as duas viram novamente a mulher. Sem conseguir enxergar e achando que era alucinação das garotas, o pai de Maria da Luz pediu que ela perguntasse para a moça quem era Ela e o que queria. ‘Eu sou a Graça’, respondeu. ‘Vim para avisar que hão de vir três castigos mandados por Deus. Diga ao povo que reze e faça penitência’”.
A notícia logo se espalhou pela região e muitos passaram a ir ao local para rezar ou por curiosidade. “Muitos foram os sinais da presença de Nossa Senhora e relatos de milagres”, diz o site.
Outras aparições aconteceram no mesmo local às duas crianças e foi nomeado na época um inquisidor das aparições, o padre José Kehler. Ele fazia perguntas para Nossa Senhora em alemão e latim e Maria da Luz e Maria da Conceição respondiam em português.
Em 2 de outubro de 2021, o bispo de Pesqueira (PE), dom José Luiz Ferreira Salles, publicou a carta pastoral intitulada “A diocese de Pesqueira e as presumíveis aparições de Nossa Senhora da Graça”.
Na carta, o bispo diz que “nas relatadas aparições da Virgem Maria, na Aldeia da Guarda, sob o título de ‘Nossa Senhora da Graça’, há elementos, traços e sinais que abalizam e sinalizam a grande probabilidade do caráter sobrenatural da experiência vivida pelas jovens Maria da Luz (irmã Adélia) e Maria da Conceição” e que “as mensagens comunicadas durante as alocuções com as videntes acuradamente documentadas e cuidadosamente analisadas, estão em profunda consonância com as verdades da fé, contidas nas Sagradas Escrituras e na Doutrina Católica e, em nada, contrastam com a moral e os costumes”.
Dom Salles concedeu “a permissão para que os fiéis possam, nessas terras, continuar com a devoção e a veneração à Virgem Santíssima, Mãe de Deus, invocada com o título de ‘Nossa Senhora da Graça’”.
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A rua Irmã Adélia
O vereador Felipe Alecrim (NOVO), autor da lei e morador da Vila Santa Luzia, disse que a mudança do nome da rua é uma “homenagem, uma forma singela de manter viva a memória e o legado da futura santa pernambucana”. “Ela fez muito pela Vila Santa Luzia, sempre com muita dedicação e amor ao próximo”.
A mudança do nome foi oficializada pela Lei Municipal nº 19.318/2024. A inauguração da nova placa será no dia 18 de junho, às 16h30, com uma missa em ação de graças no Centro Social Dom João Costa.
Irmã Adélia nasceu em 16 de dezembro de 1922, em Pesqueira. Seu nome de batismo era Maria da Luz Teixeira de Carvalho, filha de Arthur Teixeira de Carvalho e Auta Monteiro de Carvalho.
Depois das aparições de Cimbres, Maria da Luz entrou para o Instituto das Religiosas da Instrução Cristã (RIC) e recebeu o nome de irmã Adélia.
Religiosa do Instituto das Religiosas da Instrução Cristã, a irmã Adélia dedicou a vida à educação, à evangelização e ao cuidado dos mais necessitados, especialmente no bairro da Vila Santa Luzia.
Ela fundou a Creche Nossa Senhora das Graças, que hoje é uma escola que atende gratuitamente crianças e famílias, dando continuidade ao trabalho de inclusão social e formação começados pela irmã.
O processo de beatificação da irmã Adélia foi aberto em 10 de março de 2024, depois que ela foi declarada serva de Deus em 23 de fevereiro pela Santa Sé. O encerramento da fase diocesana foi em 13 de outubro passado, passando para a fase romana do processo.
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