O ativista brasileiro Thiago Ávila chegou ao Brasil nesta sexta-feira (13).
Ele desembarcou por volta das 6h no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Thiago foi recebido por dezenas de pessoas aos gritos de protestos contra Israel.
O brasileiro, a ambientalista Greta Thunberge e outros 10 ativistas da Coalizão da Flotilha da Liberdade foram presos pela Marinha israelense, na última segunda-feira.
Eles tentavam levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, denunciar o cerco de Israel e tentar abrir um corredor humanitário.
Após a prisão, Thiago ficou por quatro dias em greve de fome, foi punido e enviado para uma cela solitária.
Thiago desembarcou enrolado na bandeira do Brasil e falou sobre a situação.
“Cada irmão, irmã que falou sobre heróis… isso não tem nada a ver com herói. A verdade é que a gente não precisa de herói no mundo de hoje. A gente precisa de solidariedade, de coragem, de afeto, de amor e de humanidade nesse momento. A gente tentou o máximo que a gente pôde levar a nossa missão humanitária com alimentos, medicamentos, muletas, filtros de água, próteses para crianças amputadas, e a gente foi impedido por um Estado racista, supremacista, que há oito décadas pratica genocídio, limpeza étnica”.
O Brasil pediu a libertação dos ativistas, pois considerou que houve violação do direito internacional.
A Flotilha da Liberdade informou que três dos nove integrantes do veleiro Madleen continuam presos em Israel.
Thiago Ávila pediu um esforço mundial para superar os bloqueios feitos por Israel, seja por meio de manifestações, boicotes, cortes de investimentos e sanções.
O brasileiro afirmou que o trabalho vai continuar e citou o exemplo da Marcha Global para Gaza, que espera reunir milhares de manifestantes na fronteira de Gaza, no domingo, dia 15.
“Então, a Marcha Global para Gaza — que devem ter milhares de pessoas no aeroporto do Cairo agora — ou missões como a flotilha… elas continuam indo e desafiando, em solidariedade ao povo palestino, porque eles estão fazendo de tudo para sobreviver. A flotilha nunca parou. Eles já assassinaram dos nossos, já sequestraram, já nos bombardearam, já fizeram muitas, e muitas, e muitas violações. Essa de agora não foi sequer a maior violação que eles já cometeram. E a gente não vai parar. Foi o que eu disse à juíza na minha audiência de custódia. Se vocês não vão devolver o nosso barco pra continuar nossa missão, pra levar alimento e criar um corredor humanitário dos povos em Gaza, o que eu posso te dizer é que provavelmente a gente se vê em breve novamente”.
Cerca de 2 milhões de palestinos vivem mais de três meses de bloqueio de Israel, que permite apenas que uma empresa sediada nos Estados Unidos forneça alimentos à população.
As Nações Unidas condenam o bloqueio de outras organizações e alertam que 6 mil caminhões com ajuda humanitária estão na fronteira com o Egito aguardando para ingressar em Gaza.
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