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Líderes ex-LGBTQ se opõem à proibição de terapia de conversão nos EUA

Ken Williams lutava contra ideações suicidas quando tinha 17 anos de idade porque estava dividido: ele era cristão, mas também sentia atração por pessoas do mesmo sexo.

“Minhas convicções de fé eram que Deus queria que eu vivesse uma vida que não incluísse essas letras” LGBTQ, disse ele em entrevista coletiva na última quinta-feira (29), em que ele e muitos outros divulgaram seus testemunhos nos degraus do Capitólio do Estado da Califórnia.

Quando sua igreja e família o ajudaram a encontrar um psicólogo cristão, Williams iniciou seu caminho para a cura. Ele se encontrou com o conselheiro semanalmente por cinco anos.

“Depois disso, nunca mais tive pensamentos suicidas”, disse. “Aprendi a reconhecer Deus como aquele que perdoa e tem misericórdia das minhas dificuldades”.

Williams se reuniu com outros em manifestação para se opor à legislação que regulamenta o aconselhamento e a terapia para jovens que lutam contra a atração pelo mesmo sexo — questão polêmica que está sendo atualmente deliberada pela Suprema Corte dos EUA .

Por meio de seu relacionamento com Deus — e com o apoio de um bom conselheiro — Williams se recuperou do estilo de vida LGBTQ depois de cerca de uma década lutando contra a atração pelo mesmo sexo.

“Segui em frente anos depois, alguns anos depois, e me apaixonei por essa linda garota. Estamos casados ​​há quase 19 anos. Tenho quatro filhos — é incrível o que Deus fez na minha vida”, disse Williams.

Williams é cofundador do ministério Changed Movement (link em inglês), comunidade internacional de pessoas que não se identificam mais como LGBTQ e foram transformadas por meio de seu relacionamento com Cristo.

Mas, segundo uma legislação recente aprovada na Califórnia e em outros Estados dos EUA, o terapeuta de Williams poderia estar cometendo um crime ao incentivá-lo a seguir não seus desejos sexuais, mas sua fé.

Liberdade de aconselhamento

A expressão “terapia de conversão” é um termo altamente politizado. Membros do Changed Movement, junto com outros ministérios com ideias semelhantes, dizem que não é o que fazem.

Joe Dallas, ex-ativista gay que se tornou conselheiro pastoral e trabalha com homens e mulheres “que são cristãos comprometidos e devotos e que também sentem atração pelo mesmo sexo”, descreveu os que buscam esse tipo de aconselhamento: “Há um conflito entre seus desejos sexuais e suas crenças”.

“Eles escolhem priorizar suas crenças”, disse ele em entrevista coletiva em Sacramento, capital da Califórnia, na manhã da última quinta-feira, organizada pelo Changed Movement e pelo grupo conservador California Family Council.

Dallas disse que apoia que as pessoas possam “procurar pessoas que compartilhem sua visão de mundo e as ajudem a perseguir seus objetivos”, mas ele está ciente de que um número crescente de pessoas se opõe a isso para pessoas com tendências homossexuais e que se identificam com o sexo oposto.

“Eles encarariam o que fazemos como algo que chamam — de forma um tanto sinistra — de terapia de conversão”, disse Dallas.

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A Califórnia foi o primeiro Estado nos EUA a implementar leis que proíbem a chamada “terapia de conversão”, embora muitos outros Estados tenham seguido o exemplo desde então. No total, 27 dos 50 Estados do país proíbem ou restringem o que chamam de “terapia de conversão para menores”.

Jennifer Roback Morse, economista católica e fundadora da coalizão inter-religiosa pró-família Ruth Institute, disse que “liberdade de aconselhamento” é fundamental porque “estamos afirmando uma verdade sobre o que significa ser humano em primeiro lugar”.

“Quando você tem um pensamento ou sentimento, você tem a opção de escolher o significado que quer atribuir a esse sentimento”, disse Morse. “Você tem a opção de escolher qual comportamento adotar, e tem a opção de como se entender e que rótulo atribuir ou não a si mesmo”.

Essas leis podem limitar o que os terapeutas podem dizer na terapia, exigindo que eles reforcem inclinações homossexuais, ou a teoria de gênero, mesmo contra a vontade do paciente.

Teoria de gênero é a afirmação de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher.

A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.

O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.

As proibições de aconselhamento estão atualmente na Suprema Corte dos EUA no caso Chiles v. Salazar, que pode declará-las inconstitucionais.

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Wayne Blakely, cristão e defensor do Changed Movement que antes se identificava como homossexual, disse que a chamada terapia de conversão não é o que as pessoas dizem que é.

Ele disse que há “muitas pessoas, membros de muitas congregações cristãs, que só conhecem as mentiras relacionadas à terapia de conversão”.

“Mas, na verdade, existem conselheiros por aí, ao redor do mundo, querendo interagir com você se você deseja se envolver com Jesus Cristo, e eles vão guiá-lo e ajudá-lo a caminhar com Jesus”, disse Blakely.

O Changed Movement é um dos vários grupos que se opõem à legislação sobre “terapia de conversão”. Eles se reuniram na semana passada para celebrar o aniversário, em 12 de junho, do fracasso de um projeto de lei da Califórnia de 2018 que teria considerado seus esforços e histórias “fraudulentos”, segundo palestrantes presentes no evento.

Eles também se reuniram para conscientizar sobre a realidade de que algumas pessoas com tendências homossexuais e que se identificam com o sexo oposto abandonam esse estilo de vida para seguir a Cristo — mas, para isso, muitas vezes precisam do apoio de aconselhamento.

“Só precisamos de espaço para poder seguir nossas próprias convicções”, disse Williams.

Uma frase foi repetida por vários membros do Changed enquanto falavam sobre seus testemunhos: “Nós existimos”.

FONTE: ACI Digital