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Santa Sé divulga progresso na sustentabilidade ambiental da basílica de São Pedro

A Santa Sé apresentou ontem (16) a primeira avaliação do projeto de sustentabilidade ambiental e energética da basílica de São Pedro, três anos depois de seu lançamento.

A Fábrica de São Pedro, entidade responsável pela gestão e manutenção da basílica, lançou um projeto em 2022 com o objetivo de se posicionar na vanguarda da inovação tecnológica para enfrentar a crise climática.

A qualidade do ar no interior do edifício é rigorosamente monitorada por meio de sete estações de medição.

O objetivo é atingir “emissões líquidas zero” tanto na igreja visitada por cerca de 40 mil pessoas diariamente, quanto nos edifícios adjacentes, a fim de reduzir sua pegada ambiental.

Walter Ganapini, coordenador científico do projeto, apresentou a avaliação do plano de sustentabilidade ambiental e energética da basílica ontem (16) na Sala de Imprensa da Santa Sé, por ocasião do décimo aniversário da encíclica Laudato si’ escrita pelo papa Francisco em 2015,.

Entre os objetivos do projeto está a difusão de boas práticas entre os peregrinos do Ano Jubilar, “para promover comportamentos e estilos de vida sustentáveis ​​que cuidem e salvaguardem a criação”, através da redução das emissões do complexo gerido pela Fábrica de São Pedro, disse Ganapini.

O comitê responsável instalou dentro da basílica um sistema inteligente de sensores projetado para reduzir os riscos de exposição a poluentes em ambientes fechados.

Em situações críticas, o sistema aciona mecanismos de segurança, regula os fluxos de acesso e aciona automaticamente sistemas de ventilação ambiental, úteis também para gerenciar variações significativas de temperatura que podem afetar a preservação de afrescos, mosaicos, estuques e obras de mármore.

“Estudamos possíveis cenários de intervenção visando a descarbonização do complexo da basílica”, disse Niccolò Aste, do Instituto Politécnico de Milão. “Soluções de eficiência e mitigação também foram propostas”, por meio de melhorias nos sistemas técnicos e bioclimáticos, como um sistema de ventilação natural, renovação do ar interno e resfriamento no verão.

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Além da basílica de São Pedro, os edifícios do Palazzo della Canonica, da Casa Santa Marta e do Ateliê de Mosaicos também foram reformados. O primeiro é a residência dos padres que formam o Capítulo Vaticano, responsável pelas celebrações litúrgicas ordinárias na basílica; a Casa Santa Marta é uma hospedaria dentro do Vaticano construída para abrigar os cardeais nos conclaves. Um dos andares da casa foi usado como residência do papa Francisco ao longo de todo o seu pontificado. O Ateliê de Mosaicos é o responsável pela restauração e manutenção dos mosaicos que decoram a basílica de São Pedro e outras igrejas do Vaticano.

No Palazzo della Canonica foram identificadas 144 zonas térmicas representativas dos diferentes edifícios e foi instalado um sistema de bomba de calor que economiza de 50% a 60% da energia, e reduz a emissão de CO₂ em até 72%.

No Ateliê de Mosaicos, foi instalado um sistema de climatização que aspira o ar dos postos de trabalho e o reintroduz em outro ponto, proporcionando ar limpo e fresco — ou aquecido, dependendo da estação — para melhorar tanto o conforto quanto a conservação do espaço.

O arcipreste da basílica de São Pedro, cardeal Mauro Gambetti, elogiou o projeto.

“Nosso objetivo é transformar este espaço sagrado em um testemunho vivo do compromisso da Igreja em cuidar da nossa casa comum”, disse o cardeal Gambetti.

“Num mundo preocupado com outras crises — guerra, instabilidade econômica, inteligência artificial — a crise ambiental pode parecer ultrapassada”, disse também Gambetti.

O projeto promove um comportamento sustentável entre os fiéis que participarão do Jubileu 2025, incentivando estilos de vida responsáveis ​​e o cuidado com a criação.

Este esforço faz parte do Plano de Transição Verde da Santa Sé, que também tem programas como a “Conversão Ecológica 2030”, por meio do qual o Estado da Cidade do Vaticano se compromete a alcançar a neutralidade climática por meio do uso responsável de recursos, projetos de eficiência energética, mobilidade sustentável e diversificação de fontes de energia. Isso se soma a iniciativas espirituais e acadêmicas recentes focadas na ecologia integral, como o Borgo Laudato si’, inaugurado em Castel Gandolfo como um laboratório de economia circular.

 

FONTE: ACI Digital