Se os atritos entre CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) vinham aumentando cada vez mais durante o curso da Copa América, a situação ficou ainda pior após um episódio ocorrido na noite da última quarta-feira (3), em Las Vegas.
Ao chegar da Califórnia, aonde empatou com a Colômbia na última terça-feira (2), a delegação da seleção brasileira foi impedida de desembarcar pela porta da frente do hotel Renaissence, com o ônibus sendo conduzido para a porta dos fundos da hospedagem.
O fato revoltou a equipe de segurança do Brasil, que não foi avisada previamente pela organização, e também dirigentes do alto escalão da entidade brasileira, que entraram em choque mais uma vez com a Confederação Sul-Americana – deixando a insatisfação ainda mais evidente com fortes palavras.
“Nós não somos bandidos para entrar por aqui”, reclamou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, enquanto conversava com um funcionário da Conmebol que acompanhava o desembarque.
Fato é que o desembarque e a chegada ao hotel acabou acontecendo mesmo pela porta dos fundos, mas sem maiores intercorrências depois disso.
Esse é só mais um episódio da “guerra fria” entre Conmebol e CBF na Copa América, que já teve vários capítulos.
Como mostrou a ESPN nos últimos dias, a insatisfação começou com os campos “apertados”, que viraram motivo de reclamação de vários jogadores e também do técnico Dorival Júnior.
Os atritos aumentaram durante a primeira passagem da seleção brasileira por Las Vegas, para enfrentar o Paraguai. Na ocasião, a delegação não gostou do hotel, que ficava muito distante da cidade, e também do centro de treinamento disponibilizado para treino: um parque público com grama ruim, infraestrutura precária e sem privacidade.
Tanto é que, como mostrou a reportagem, o Brasil queria evitar de toda forma voltar à “Cidade do Pecado” para a sequência da Copa América, mas isso acabou acontecendo pelo fato do time ter terminado no 2º lugar do grupo D.
Nos bastidores, inclusive, houve “queda de braço” entre CBF e Conmebol para a troca do hotel, briga que a entidade brasileira acabou vencendo.
Assim, saiu o Westin Lake Las Vegas Resort, que fica quase 30km distante da badalada Las Vegas Strip, e entrou o Renaissence, muito mais próximo da zona turística e também do Bettye Wilson Soccer Complex, CT designado para treinos na cidade.
Segundo apurou a ESPN, os atletas gostaram da troca e acharam a nova localização melhor do que a anterior. Todavia, o episódio do desembarque gerou novo estresse entre seleção e organização da Copa América.
Por fim, a situação piorou ainda mais depois que a própria Confederação Sul-Americana admitiu que houve um grave erro de arbitragem ao não ser dado pênalti de Muñoz, da Colômbia, em cima de Vinicius Jr., do Brasil, no 1º tempo do empate por 1 a 1 da última terça, em Santa Clara.
Na visão de Dorival e dos jogadores, o lance mudou totalmente a partida, já que, ao invés de dar a possibilidade de 2 a 0 no placar para o Brasil, acabou desconcentrando o time, que levou o empate minutos depois – ironicamente, num gol do próprio Muñoz.
A seleção treina pela 1ª vez em Las Vegas nesta quinta-feira (4), às 23h (de Brasília), no Bettye Wilson Soccer Complex.
Na sexta-feira (5), o time trabalha pela última vez no local e fecha a preparação para pegar o Uruguai, no sábado (6), às 22h (de Brasília), no Allegiant Stadium.
Vale lembrar que, para a partida, Dorival não poderá contar com Vinicius Jr., que está suspenso por acúmulo de cartões.
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