O identitarismo progressista prega e hierarquiza o padrão moral, definindo quem é mais ou menos oprimido segundo a justiça social da militância. Não há moderação na punição dos críticos, tidos como transgressores morais da justiça progressista.
Silvio Almeida é um dos membros da elite do identitarismo brasileiro. Propagador da tese do “racismo estrutural”, esteve na vanguarda para levantar suspeita sobre as instituições, cultura, estruturas de poder. O racismo está em tudo, você não vê? Deve ser porque o “racismo é estrutural”.
Eis que surgiram várias denúncias que – segundo os relatos – já vinham desde o ano passado. Até onde se sabe, essas denúncias restaram sem investigação.
As mulheres vitimadas tiveram de correr para a imprensa porque aparentemente o governo – que se apoia no discurso identitário – não havia feito nada.
Curto circuito: como investigar um membro da elite do identitarismo sem correr o risco de ser acusado de praticar racismo estrutural? O vitimismo é um temido coringa que pode ser usado a qualquer momento.
Silvio tem todo o direito de se defender e provar se houve alguma injustiça. Ainda assim, os recentes acontecimentos demonstram que qualquer grupo que se promove como a personificação da justiça – abandonando a crença de que o pecado atinge todo ser humano – pode entrar em curto circuito quando seus sacerdotes falham.
Nesse momento, a escolha é: ou se mantém as aparências e hipocrisia para segurar a narrativa de pureza ou se corrige o erro e modera o discurso de pureza absoluta. Quem afirma que não tem pecado, mente (I Jo 1:8).
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