Os cristãos devem aprender uma importante lição com a perda dos Democratas nos EUA. Kamala Harris era a máxima expressão do identitarismo democrata: mulher, negra, filha de imigrantes. Ela calibrou seu discurso para as identidades. Perdeu!
Milhões de mulheres, de pessoas negras e de imigrantes latinos e asiáticos votaram em Trump. A essas pessoas não importou a caixinha da identidade, mas sim a preocupação com economia e segurança.
Identitarismo não ganha eleição. A política precisa ter um discurso universal e abrangente que lida diretamente com questões que preocupam todos os indivíduos e grupos da sociedade. Trump, bem ou mal, capitaneou um discurso mais universal.
Os cristãos devem aprender que o discurso político precisa ser voltado ao bem de todos. A cosmovisão cristã não pode ser mais uma pauta identitária de favorecimento de grupos cristãos, enquanto o restante da sociedade é esquecido.
Faltam menos de dois anos para as eleições nacionais no Brasil. Se os cristãos quiserem relevância e influência, precisam abandonar o próprio identitarismo. Para ser relevante com uma cosmovisão cristã, é preciso de uma visão política que beneficie a sociedade.
Não se trata de abrir mão de valores, mas sim de – apoiado em valores bíblicos – indicar horizontes que beneficiem a sociedade como um todo. Se os cristãos se filiarem a um projeto político que visa beneficiar apenas seus próprios grupos, a lição da falência do identitarismo político ainda não terá sido aprendida.
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