Em nota oficial (leia completa abaixo) divulgada nesta terça-feira (12), a defesa do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, informou que protocolou no último sábado (9) um pedido de arquivamento das investigações por suposta manipulação de resultados em partida do Brasileirão 2023, além da devolução dos bens do atleta que foram apreendidos.
Os advogados do atleta ressaltaram que o caso já havia sido investigado e arquivado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e reclamaram de erros no processo de investigação por parte da Polícia Federal e do Ministério Público.
“Nem a Polícia Federal nem o Ministério Público procuraram aferir se o método técnico-científico para a produção e extração dos dados que baseiam a denúncia foi devidamente observado. Verifica-se nos autos que a equipe policial não se desincumbiu de trazer aos autos registros válidos sobre a produção e extração dos dados e não assegura a confiabilidade das informações apresentadas”, afirmaram.
A defesa de Bruno Henrique disse esperar que o processo seja arquivado “com brevidade” e afirmou que que a imagem do camisa 27 foi “atingida de maneira injusta e irreparável” por uma “operação infundada.
“Esperamos que essa investigação possa também ser arquivada com brevidade para que o atleta possa seguir exercendo sua profissão com integridade e sem maiores danos à sua imagem, que já foi atingida de maneira injusta e irreparável por uma operação infundada”, salientaram.
O lance de cartão amarelo investigado pela PF e pelo MP aconteceu aos 50 minutos do 2º tempo da derrota por 2 a 1 do Flamengo para o Santos, no Mané Garrincha, em Brasília, em novembro do ano passado.
A análise é em cima das infrações do atacante, que levou amarelo após cometer falta em Soteldo, do Peixe, e depois reclamou forte com o árbitro Rafael Rodrigo Klein, sendo expulso de campo – na súmula, o juiz afirmou que Bruno Henrique disse a seguinte frase: “Você é um m***”.
De acordo com os documentos da investigação, três apostas foram identificadas como muito suspeitas, envolvendo familiares e amigos do jogador. São elas:
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Aposta de R$ 3.050 para ganhar R$ 9.150 (lucro de R$ 6.100)
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Aposta de R$ 2.300 para ganhar R$ 7.000 (lucro de R$ 4.700)
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Aposta de R$ 1.500 para ganhar R$ 4.550 (lucro de R$ 3.050)
Como as investigações ainda estão em curso, há possibilidade de mais apostas suspeitas serem detectadas pelas autoridades, com os valores totais subindo bastante.
O relatório do caso também mostra que três casas de apostas perceberam movimentações incomuns em bets envolvendo cartão amarelo para Bruno Henrique, e uma delas inclusive passou a impedir novas apostas do gênero.
No momento em que as bets foram feitas, a odd para o jogador levar uma advertência era de 3,10 – ou seja, para cada R$ 1 investido, o pagamento era de R$ 3,10.
Além de Bruno Henrique, diversos apostadores e familiares do atacante também são investigados.
Leia a nota da defesa de Bruno Henrique:
Após análise de documentos que baseiam a operação da Polícia Federal e do Ministério Público contra o atleta Bruno Henrique, do Flamengo, por suposta manipulação em partida válida contra o Santos pelo Campeonato Brasileiro de 2023, a defesa do atacante vem a público reforçar o caráter íntegro de seu cliente, que tem uma carreira vitoriosa moldada por ética e correção. Protocolizamos no último sábado na Justiça pedido de arquivamento da investigação e a imediata devolução de seus bens apreendidos em operação na última terça-feira.
É de se ressaltar que este caso já foi investigado e arquivado no STJD, por não encontrar indícios de manipulação por parte do referido atleta. O tribunal entendeu que o lance em questão, no qual foi aplicado o cartão amarelo a Bruno Henrique, nem sequer era passível de falta.
O tribunal também destacou à época de sua investigação a inverossimilhança da tese de manipulação, uma vez que o referido atleta teria esperado até os 52 minutos do segundo tempo para receber um cartão amarelo supostamente premeditado, correndo o risco de ser substituído ao decorrer da partida.
Protocolizamos também pedido para análise das informações que foram fornecidas pelas três casas de apostas mencionadas no processo à IBIA (International Betting Integrity Association). Nem a Polícia Federal nem o Ministério Público procuraram aferir se o método técnico-científico para a produção e extração dos dados que baseiam a denúncia foi devidamente observado. Verifica-se nos autos que a equipe policial não se desincumbiu de trazer aos autos registros válidos sobre a produção e extração dos dados e não assegura a confiabilidade das informações apresentadas.
Esperamos que essa investigação possa também ser arquivada com brevidade para que o atleta possa seguir exercendo sua profissão com integridade e sem maiores danos à sua imagem, que já foi atingida de maneira injusta e irreparável por uma operação infundada.
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