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Militar denunciado em Haia é um dos candidatos ao órgão eleitoral da Venezuela

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O ditador Nicolás Maduro, ao lado do controlador-geral da República, Elvis Amoroso, que também é candidato a compor o CNE, em evento em Caracas em janeiro| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez

Um militar acusado de violações de direitos humanos e o
controlador-geral que tornou opositores inelegíveis estão entre os candidatos a
compor o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, órgão que organiza e
supervisiona as eleições no país.

Segundo o site Infobae, a lista de 153 postulantes ao
colegiado inclui Fabio Zavarse Pabón, ex-comandante geral da Guarda Nacional
Bolivariana da Venezuela e atualmente reitor da Universidade Nacional
Experimental de Segurança.

Pabón foi alvo de sanções aplicadas pelos Estados Unidos em
2018 por corrupção e repressão e pelo Reino Unido em 2020 por violações de
direitos humanos, como tortura e assassinato. Também foi denunciado perante o
Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, por “indução e cumplicidade” em
crimes contra a humanidade.

De acordo com o Infobae, o atual controlador-geral da República, Elvis Amoroso, também está na lista de candidatos ao CNE: ele foi o responsável, em junho, pela decisão de tornar inelegíveis opositores como a ex-deputada María Corina Machado, uma das favoritas nas primárias da oposição venezuelana para a eleição presidencial de 2024.

Os candidatos a compor o novo CNE foram indicados por
organizações sociais, universidades e pelo Poder Cidadão, órgão estatal
dominado pela ditadura de Nicolás Maduro e constituído por representantes da
Procuradoria-Geral, Ouvidoria-Geral e Controladoria-Geral da República.

Em junho, começando pelos reitores ligados ao governo, todos
os cinco membros titulares do CNE renunciaram às suas cadeiras.

A partir da lista de candidatos divulgada esta semana, uma
comissão da Assembleia Nacional, onde o chavismo tem ampla maioria, e um grupo
de dez representantes da sociedade civil indicarão os substitutos, que precisam
ser ratificados pelo plenário do Legislativo.

A opinião entre analistas é que estes movimentos têm o objetivo de desmotivar o eleitorado e nomear um conselho ainda mais pró-governo.

FONTE: Gazeta do Povo