3 de mai de 2025 às 16:06
O cardeal Francis Arinze, prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos (atual Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos da Santa Sé), disse que a Igreja precisa de “um papa cheio de fogo pelo reino de Cristo”.
O cardeal, de 92 anos, falou à EWTN em fevereiro sobre as qualidades necessárias no próximo papa, ofereceu sabedoria aos cardeais mais jovens que entrarão em seu primeiro conclave e falou sobre os desafios que a Igreja enfrenta hoje.
“Queremos um papa cheio de fervor pelo reino de Cristo”, disse o cardeal nigeriano. “Um papa que esteja lá espalhando o Evangelho. … Um papa por meio do qual as pessoas crerão”.
Para Arinze, que serviu como bispo por 60 anos e cardeal por 40, o próximo sucessor de são Pedro deve ser acima de tudo uma testemunha de Cristo, um papa cuja “vida é poderosa”.
“O maior desafio para a Igreja é convencer as pessoas a aceitar Cristo e viver conforme suas doutrinas e exemplos. Fácil de dizer, difícil de fazer. Mas é para isso que serve a Igreja. A Igreja serve para evangelizar”, disse dom Arinze.
Arinze participou da sessão final do concílio Vaticano II como o bispo mais jovem do mundo na época e, posteriormente, serviu por cerca de duas décadas na Cúria Romana. Ele participou do conclave que elegeu Bento XVI em 2005.
“A Igreja foi fundada por Cristo para a salvação da humanidade”, disse o cardeal. “A obra da Igreja é divulgar as boas novas da salvação em Jesus Cristo para que as pessoas possam conhecer Jesus Cristo como seu Salvador… e viver conforme o caminho que Ele nos mostrou, que é o Evangelho”.
Conselhos para cardeais no conclave
Enquanto cardeais do mundo inteiro se reúnem em Roma, muitos para seu primeiro conclave, dom Arinze lhes deu palavras de orientação.
“Percebam que estamos nas mãos de Deus”, disse o cardeal. “E que a Igreja não foi feita por mim nem pelo papa, mas por Cristo. Se a Igreja não tivesse sido fundada por Cristo, já teria se desfeito há muito tempo. Mas, porque Cristo fundou a Igreja, ela permanecerá de pé”.
O cardeal falou sobre as palavras de Jesus: “Eu estarei sempre convosco até o fim dos tempos”, dizendo também: “Nem mesmo Judas Iscariotes conseguiu derrubar a Igreja”.
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“Mesmo que você tenha um papa que não seja um bom papa, ou um bispo que não seja um bom bispo, ou um padre que não seja um bom padre, eles não podem derrubar a Igreja”, disse dom Arinze. “Mas eles podem causar danos. Eles podem ferir. Eles podem ferir. Portanto, cada um de nós precisa, com medo e tremor, se perguntar: ‘O que Deus está me chamando para fazer na Igreja, pela Igreja e com a Igreja?’ ”
Aos 92 anos, dom Arinze não estará na Capela Sistina quando o conclave começar, mas ele, junto com outros cardeais com mais de 80 anos, participarão das discussões gerais da congregação sobre a Igreja e o mundo antes do conclave.
“Nenhum papa é uma fotocópia de outro papa”, disse dom Arinze. “O papa João Paulo II não é o mesmo que o papa Bento XVI. O papa Bento XVI não é o mesmo que o papa Francisco. Mas cada um deles é um papa, assim como são Pedro não era o mesmo que são Paulo, e eles não eram os mesmos que são João no Evangelho; eram todos diferentes, mas todos apóstolos de Cristo”.
“Papa Francisco — as pessoas apreciarão seu amor pelos pobres, pelos esquecidos, pelos migrantes, pelos que estão longe, pelas periferias, sejam elas periferias geográficas, distantes, ou periferias da sociedade. Observem que o Santo Padre Francisco privilegia os fracos, não tanto os fortes ou os poderosos. Cada papa tem seu estilo”, disse o cardeal.
Sabedoria de 92 anos de idade
Ao falar um pouco de sabedoria de seus 92 anos de vida com os católicos mais jovens, o cardeal enfatizou a importância da providência de Deus para cada um de nós.
“Deus é o diretor-geral da história”, disse dom Arinze. “Ele também é a providência para cada indivíduo… Deus sabe o que é melhor. Pensamos que estamos dirigindo tudo, mas Deus está lá, observando os detalhes.”
Ele citou as palavras de santa Teresa de Calcutá: “Que Deus nos ajude a não estragar a sua obra”.
“Se formos fiéis a Deus… Deus fará grandes coisas por nós”, disse o cardeal. “Ele fez pela Santíssima Virgem Maria, que disse: ‘O Todo-Poderoso fez grandes coisas por mim e santo é o seu nome’. Com muitas coisas que Deus faz, achamos que somos os espertos que as fizeram. Só imploramos a Deus que façamos aquela pequena parte que Ele espera de nós, para que sua obra tenha sucesso”.
“Se cada um de nós permanecer aberto à ação de Deus e souber que Deus toma a iniciativa, Sua graça nos levará a começar, a continuar e a levar a um final feliz a ação em Seu reino”.
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